Este caso - sem precedentes - e que começou em 2018, visava o regime de Pyongyang pela responsabilidade num controverso programa que viu mais de 90 mil pessoas abandonar o Japão para a Coreia do Norte, entre 1954 e 1984.
O antigo programa de repatriação visava sobretudo cidadãos norte-coreanos instalados no arquipélago japonês e os respetivos cônjuges atraídos pela "propaganda da Coreia do Norte que prometia o 'paraíso na terra'".
O tribunal de Tóquio rejeitou a queixa considerando ter falta de competência para se pronunciar sobre a "detenção" na Coreia do Norte dos visados pelo programa ou pelos familiares dos queixosos que ainda se encontram em território norte-coreano.
Cinco cidadãos que participaram neste programa de repatriação, mas que fugiram da Coreia do Norte, reivindicavam 762 mil euros, cada um, por danos sofridos.
Os cidadãos norte-coreanos acusaram Pyongyang de ter "enganado os queixosos com propaganda enganosa para que fossem recolocados na Coreia do Norte" e de os ter "forçado a viver em condições nas quais onde os direitos humanos eram impossíveis".
Um total de 93.340 pessoas participaram do programa de repatriação financiado por Pyongyang e realizado por associações da Cruz Vermelha no Japão e na Coreia do Norte.
O governo japonês também chegou a apoiar o plano que foi denunciado como uma forma de Tóquio reduzir o número de norte-coreanos estabelecidos no Japão.
Durante a colonização japonesa da península coreana, entre 1910 e 1945, milhões de coreanos partiram para o Japão, de forma voluntária mas muitos contra a própria vontade.
Após a rendição do Japão na Segunda Guerra Mundial (1945) centenas de milhares de coreanos permaneceram, relutantes e não regressaram ao país de origem.
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