Tóquio arquiva queixa de desertores norte-coreanos contra Pyongyang

Um tribunal de Tóquio rejeitou hoje a ação judicial interposta por desertores norte-coreanos contra o líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, no âmbito de um antigo programa de repatriação em que dizem terem sido enganados.

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Lusa
23/03/2022 14:13 ‧ 23/03/2022 por Lusa

Mundo

Japão

Este caso - sem precedentes - e que começou em 2018, visava o regime de Pyongyang pela responsabilidade num controverso programa que viu mais de 90 mil pessoas abandonar o Japão para a Coreia do Norte, entre 1954 e 1984. 

O antigo programa de repatriação visava sobretudo cidadãos norte-coreanos instalados no arquipélago japonês e os respetivos cônjuges atraídos pela "propaganda da Coreia do Norte que prometia o 'paraíso na terra'".

O tribunal de Tóquio rejeitou a queixa considerando ter falta de competência para se pronunciar sobre a "detenção" na Coreia do Norte dos visados pelo programa ou pelos familiares dos queixosos que ainda se encontram em território norte-coreano.

Cinco cidadãos que participaram neste programa de repatriação, mas que fugiram da Coreia do Norte, reivindicavam 762 mil euros, cada um, por danos sofridos. 

Os cidadãos norte-coreanos acusaram Pyongyang de ter "enganado os queixosos com propaganda enganosa para que fossem recolocados na Coreia do Norte" e de os ter "forçado a viver em condições nas quais onde os direitos humanos eram impossíveis".

Um total de 93.340 pessoas participaram do programa de repatriação financiado por Pyongyang e realizado por associações da Cruz Vermelha no Japão e na Coreia do Norte.

O governo japonês também chegou a apoiar o plano que foi denunciado como uma forma de Tóquio reduzir o número de norte-coreanos estabelecidos no Japão.

Durante a colonização japonesa da península coreana, entre 1910 e 1945, milhões de coreanos partiram para o Japão, de forma voluntária mas muitos contra a própria vontade.

Após a rendição do Japão na Segunda Guerra Mundial (1945) centenas de milhares de coreanos permaneceram, relutantes e não regressaram ao país de origem. 

Leia Também: Coreia do Norte dispara lança-foguetes no mar Amarelo

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