"Esta crueldade tem de acabar". Vídeo mostra a destruição de Mariupol
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Oleg Nikolenko, apontou esta quinta-feira que milhares de residentes de Mariupol estão a ser "deportados à força" para a Rússia.
© Reprodução
Mundo Ucrânia/Rússia
Um vídeo partilhado pelo meio de comunicação bielorrusso Nexta mostra a destruição de Mariupol, um mês após o brotar da guerra na Ucrânia. A cidade portuária tem sido um dos grande alvos das forças russas, estando cercada há cerca de duas semanas.
As imagens, que pode ver na galeria acima, dão-nos um vislumbre da cidade praticamente deserta, marcada pelos edifícios destruídos, veículos incendiados e torres de eletricidade derrubadas.
Na quarta-feira, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, denunciou que, enquanto se espera por um possível cessar-fogo, "quase 100 mil pessoas em condições desumanas" estão presas nas ruínas de Mariupol, "sob cerco total, sem comida, sem água, sem medicamentos, sob constantes bombardeamentos".
Por sua vez, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Oleg Nikolenko, apontou esta quinta-feira que milhares de residentes de Mariupol estão a ser “deportados à força” para a Rússia, acusando o país de ter transitado para um “novo patamar de terror”.
“Seis mil ucranianos estão agora em campos russos, onde poderão ser reféns. Comboios humanitários a fugir para regiões desocupadas da Ucrânia estão a ser bombardeados. Esta crueldade tem de acabar”, apelou, numa publicação na rede social Twitter.
By forcibly deporting Mariupol citizens to its territory, Russia moves to the next level of terror. 6k Ukrainians already now in Russian camps where they may be used as hostages. Humanitarian convoys fleeing to non-occupied parts of 🇺🇦 still being shelled. This barbarity must end
— Oleg Nikolenko (@OlegNikolenko_) March 24, 2022
O conselheiro do Ministério do Interior ucraniano, Anton Gerashchenko, também partilhou imagens da destruição, na sua página do Telegram.
Recorde-se que a cidade portuária é um ponto estratégico para os interesses de Moscovo, sendo que a sua ocupação permitiria às tropas russas ligar as regiões de Donbass com a península da Crimeia. Também deixaria a Ucrânia sem um porto no Mar de Azov, permitindo que a Rússia aumentasse a sua ofensiva a partir do sul do país.
Assim, através de um corredor terrestre entre Donbass e a Crimeia, seria mais fácil para a Rússia mover tropas e bens de e para a península anexada, uma vez que a Crimeia só está ligada à Rússia através de uma ponte.
O dia de hoje, 24 de março, marca um mês desde o início da ofensiva militar russa na Ucrânia, que causou pelo menos 977 mortos, dos quais 81 crianças e 1.594 feridos entre a população civil, incluindo 108 menores, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,60 milhões para os países vizinhos, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas.
Cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia, diz a ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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