Câmara de Lisboa deu resposta e encaminhou cerca cerca de mil refugiados

Os serviços da Câmara Municipal de Lisboa já acolheram e encaminharam cerca de mil pessoas refugiadas da guerra na Ucrânia, disse hoje a vereadora dos Direitos Humanos e Sociais, Laurinda Alves.

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Lusa
24/03/2022 19:59 ‧ 24/03/2022 por Lusa

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Ucrânia

Segundo a vereadora, os grupos de refugiados que chegam à cidade são maiores "desde a semana passada" e "foi preciso acionar", para além do centro de acolhimento de emergência que está a funcionar no parque da Polícia Municipal, em Campolide, "pontos de encontro para estas pessoas".

"E, sobretudo, para pessoas que foram resgatadas por movimentos civis, organizações civis, pessoas que vão buscar refugiados à fronteira [com a Ucrânia]", afirmou, numa audição na comissão permanente de Direitos Sociais e Cidadania da Assembleia Municipal de Lisboa.

A vereadora explicou que a proteção civil municipal é que tem a cargo a primeira resposta no centro de acolhimento de emergência instalado em Campolide e que reencaminha para os serviços da câmara "os casos mais difíceis, mais pesados".

Os serviços da câmara têm também dado resposta direta a casos que são encaminhados por particulares, empresas ou organizações que trouxeram refugiados para Portugal.

"Temos recebido muitas ofertas da sociedade civil", disse Laurinda Alves aos deputados municipais, explicando que foi criada uma base de dados com essas disponibilidades e os serviços da câmara "vão escoando as famílias" conforme as suas necessidades, além de acompanharem "questões mais particulares de doença", mulheres em final de gravidez ou pessoas que chegam "em colapso físico, mental, anímico, emocional".

Segundo a vereadora, já foram acompanhadas pessoas "particularmente vulneráveis e de todos os estratos sociais" e até agora não chegaram a Lisboa "crianças desacompanhadas", havendo apenas o caso de um menor sozinho, com 16 anos.

Laurinda Alves estimou que um terço dos refugiados da guerra na Ucrânia acabem por ficar em Lisboa e congratulou-se pela resposta que o país e o município estão a dar a um "fluxo tão grande" de pessoas, em tão pouco tempo.

"Nunca vi uma articulação tão perfeita, tão instantânea, tão imediata e tão generosa", disse a vereadora, que lembrou a sua ligação à área social e considerou "extraordinária" a articulação de "todos e todas", referindo autarquias, Segurança Social, Governo, Santa Casa da Misericórdia, sociedade civil ou o Alto Comissariado para as Migrações.

Laurinda Alves disse que também na Câmara Municipal de Lisboa está a acontecer o mesmo e tem havido "unanimidade à volta desta causa".

A vereadora acrescentou que o executivo está a trabalhar no desenvolvimento do programa "VSI TUT -- TODOS AQUI", para integração de refugiados da Ucrânia, através de soluções de habitação, trabalho, educação, saúde, mobilidade e cultura.

A iniciativa foi dos vereadores do PS, PCP, BE, Livre e vereadora independente Paula Marques, do movimento político Cidadãos por Lisboa (eleita pela coligação PS/Livre), e depois subscrita pelos restantes membros do executivo, inclusive o presidente da câmara, Carlos Moedas (PSD).

Laurinda Alves explicou também que foram acrescentados mais "dois eixos" ao programa, desporto e ação social, para somar aos do alojamento (que disse preferir à designação habitação, que é um "tema sensível" na cidade), trabalho, educação, saúde, mobilidade e cultura.

A vereadora disse que o programa, cujo conteúdo será levado a reunião de câmara para apreciação quando estiver desenvolvido, terá a duração de um ano, renovável, e admitiu dificuldades na sua quantificação, atendendo a diversos "imponderáveis", como o do tempo em que os refugiados vão ficar ou pretendem ficar em Lisboa.

Entre alguns aspetos já pensados no âmbito do programa, está, segundo Laurinda Alves, a proposta de um fundo para disponibilizar dinheiro de imediato para pequenas despesas aos refugiados ou o desenvolvimento de uma aplicação, com a ajuda de três ucranianos, para dar "mais autonomia" a quem acolhe e é acolhido.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou, entre a população civil, pelo menos 1.035 mortos, incluindo 90 crianças, e 1.650 feridos, dos quais 118 são menores, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,70 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: 1 em 4 civis deixou casa na Ucrânia. 3,7 milhões de refugiados, diz ONU

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