"Teria muita sorte se, nas próximas eleições, voltasse a ter esse homem [Donald Trump] a concorrer contra mim", afirmou Joe Biden.
O Presidente dos Estados Unidos falava numa conferência de imprensa na Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês), depois de ter participado numa cimeira de líderes da Aliança Atlântica, tendo sido questionado sobre as "preocupações" que existem na Europa quanto à eventualidade de Trump ser reeleito nas próximas eleições presidenciais, em 2024.
Na resposta, Biden disse sentir uma "grande honra" em responder a essa pergunta e abordou, sem referir diretamente, a invasão do Capitólio, que decorreu em 06 de janeiro de 2021, perpetrada por apoiantes de Donald Trump e que visava interromper a contagem dos votos do Colégio Eleitoral que consagraram Biden como o 46.º Presidente dos Estados Unidos.
"Eu costumo dizer às pessoas nos Estados Unidos: imaginem se estivessem sentados e vissem as portas do Bundestag [parlamento alemão] a serem destruídas, agentes da polícia a serem assassinados, e centenas de pessoas a invadirem o edifício. Ou imaginem que viam isso no parlamento britânico, ou o que quer que fosse... Como é que se sentiriam?", sublinhou.
Joe Biden recordou o processo que o levou a decidir-se candidatar à presidência dos Estados Unidos, afirmando que não o pretendia fazer até que viu as imagens da manifestação de supremacistas brancos na cidade de Charlottesville, na Virgínia, em agosto de 2017, com indivíduos "com tochas, faixas nazis e a cantar o mesmo tipo de tipo de canções vis que se ouvia na Alemanha no início dos anos 1930".
"E, depois, quando o 'gentleman' a que se refere [Donald Trump] foi questionado, quando uma senhora foi assassinada nessa manifestação, sobre o que é que achava, ele respondeu 'há pessoas muito boas dos dois lados'. Foi aí que decidi que ia deixar de estar calado", disse.
O Presidente dos Estados Unidos disse assim já estar "há muito tempo" na política e considerou que "não há nenhuma eleição" que valha o suficiente para que deixe de fazer aquilo que considera ser "certo".
Apesar de afirmar que "falta muito tempo para eleições", Joe Biden disse que, se há alguma coisa em que está focado, são as eleições intercalares de novembro deste ano.
"Quero assegurar-me que mantemos a Câmara dos Representantes e o Senado dos Estados Unidos, para ter margem de manobra para continuar a fazer aquilo que tenho feito, em termos de crescimento da economia, de lidar, de maneira racional, com a política externa dos Estados Unidos, e de liderar o mundo, ser o líder do mundo livre", afirmou.