O responsável do Centro de Controlo da Defesa Nacional russo, Mikhail Mizintsev, disse num comunicado que se trata de barcos de 15 países que não podem sair de forma segura dos portos de Mykolaiv, Chernomorsk, Ochakov, Odessa e Yuzhny.
"A Federação Russa está a criar um corredor humanitário que representa uma via segura para o tráfego a partir da área de reunião, situada a 20 milhas (32 quilómetros) a sudeste do porto de Ilyichevsk", indicou Mizintsev.
O comprimento do corredor humanitário é de 80 milhas náuticas (148 quilómetros) a sudoeste e a largura de três milhas (5,5 quilómetros), indicou o responsável, precisando que abrirá diariamente, das 05:00 às 16:00 TMG, a partir de sexta-feira.
"Sublinhamos mais uma vez que, pela parte da Federação Russa, não haverá qualquer perigo para a liberdade de navegação civil", disse Mizintsev.
"Apelamos a toda a comunidade internacional, incluindo a Organização Marítima Internacional, para que influencie o lado ucraniano a tomar medidas eficazes, com o objetivo de desbloquear e garantir a saída segura dos barcos de Estados estrangeiros dos portos da Ucrânia", acrescentou.
A ofensiva militar lançada na madrugada de 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de dez milhões de pessoas, mais de 3,7 milhões das quais para os países vizinhos, de acordo com os mais recentes dados da ONU -- a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 29.º dia, causou um número ainda por determinar de mortos civis e militares e, embora admitindo que "os números reais são consideravelmente mais elevados", a organização confirmou hoje pelo menos 1.035 mortos e 1.650 feridos entre a população civil, incluindo mais de 90 crianças.
Leia Também: Ucrânia rejeita ceder a exigências da Rússia e não vai entregar Mariupol