"Os russos dispararam seis mísseis de cruzeiro. Alguns foram derrubados pela defesa antiaérea. Os outros atingiram vários edifícios, causando danos significativos", anunciou o comando das forças aéreas ucranianas na plataforma Telegram.
"As consequências deste ataque de mísseis pelas forças ocupantes [da Ucrânia] estão a ser avaliadas", acrescentou a mesma fonte.
O anúncio foi acompanhado de uma foto mostrando apenas a parte esventrada de um edifício de tijolo.
A aviação e a defesa antiaérea resistiram até agora às tentativas do exército russo de controlar o céu ucraniano, estando os pilotos ucranianos a defendê-lo "com grande destreza", declarou na segunda-feira um alto responsável do Pentágono.
A Rússia intensificou as suas operações aéreas e navais perante a resistência das forças ucranianas, segundo esta fonte, mas tais operações não se traduzem em combates aéreos, preferindo a força aérea russa disparar mísseis ar-terra sobre alvos ucranianos a partir do espaço aéreo russo ou bielorrusso.
A ofensiva militar lançada na madrugada de 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de dez milhões de pessoas, mais de 3,7 milhões das quais para os países vizinhos, de acordo com os mais recentes dados da ONU -- a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 30.º dia, causou um número ainda por determinar de mortos civis e militares e, embora admitindo que "os números reais são consideravelmente mais elevados", a ONU confirmou hoje pelo menos 1.081 mortos, incluindo 93 crianças, e 1.707 feridos entre a população civil.
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