Num comunicado conjunto difundido após uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre o tema, as missões diplomáticas avaliaram que o lançamento do míssil violou várias resoluções do próprio Conselho de Segurança e representa uma "ameaça não apenas para a região, mas para toda a comunidade internacional".
"Em vez de retornar ao diálogo após repetidas ofertas dos Estados Unidos e outros, a República Popular Democrática da Coreia (RPDC) voltou aos testes de armas de longo alcance, que buscam minar o regime global de não proliferação e a paz e segurança internacionais", diz o comunicado.
A nota salienta que este é já o 13.º lançamento de um míssil balístico por parte da Coreia do Norte desde o início do ano, e indica que haver relatos de que Pyongyang pode estar a reconstruir um local de testes nucleares que havia sido fechado em 2018, o que "sugere que a RPDC poderá estar a preparar-se para um teste nuclear".
"Apelamos a todos os Estados Membros da ONU, especialmente os membros do Conselho, para que se juntem a nós na condenação desse comportamento e instando a RPDC a abandonar os seus programas de armas de destruição em massa e mísseis balísticos e se envolver na diplomacia rumo à desnuclearização", pediram as missões.
"Apelamos também aos Estados Membros para que implementem integralmente as resoluções relevantes do Conselho de Segurança. (...) Devemos agir de forma decisiva e devemos agir agora para enviar uma mensagem à RPDC e a todos os proliferadores nucleares de que o Conselho de Segurança cumprirá a sua responsabilidade primária de manter a paz e a segurança internacionais", concluiu a nota.
O comunicado conjunto é assinado pela Albânia, Austrália, Brasil, Canadá, França, Alemanha, Irlanda, Itália, Japão, Nova Zelândia, Noruega, República da Coreia, Emirados Árabes Unidos (na sua capacidade nacional), Reino Unido e Estados Unidos da América (EUA).
Horas antes de lançarem o comunicado, os EUA anunciaram que vão propor uma resolução ao Conselho de Segurança da ONU para "atualizar e fortalecer" as sanções internacionais contra a Coreia do Norte.
Pyongyang lançou na quinta-feira um míssil balístico intercontinental (ICBM) que, segundo o Exército sul-coreano, voou cerca de 1.080 quilómetros, atingindo uma altura máxima de cerca de 6.200 quilómetros antes de cair no Mar do Japão (chamado de Mar do Leste nas duas Coreias).
Este é o primeiro projétil desse tipo disparado pela Coreia do Norte em quase cinco anos e o teste significa uma nova rutura da moratória que havia sido autoimposta nesta área antes da sua primeira cimeira com os EUA, em 2018.
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