"O comando russo cometeu muitos erros e estamos a usar esses erros", disse o general ucraniano Kyrylo Budanov, numa entrevista ao semanário norte-americano The Nation.
"O Exército ucraniano mostrou que o Exército russo, o segundo Exército do mundo, era apenas um mito. É apenas uma concentração de poder medieval, métodos antigos de combate", acrescentou o jovem general de 36 anos.
Kyrylo Budanov juntou-se ao Exército após a queda da União Soviética e foi treinado pelos métodos da NATO.
O general foi nomeado para liderar a diretoria principal de inteligência do Ministério da Defesa ucraniano pelo chefe de Estado do país, Volodymyr Zelensky.
"Temos muitos informadores dentro do Exército russo, não só nas suas fileiras, mas também no seu círculo político e no seu comando", afirmou na entrevista.
Uma das suas prioridades nos últimos meses foi organizar uma força de guerrilheiros que vai permanecer atrás das linhas russas no caso de uma longa ocupação para realizar operações de combate.
Budanov não deu detalhes da força, mas observou que era "um grande número de pessoas" e mencionou a presença de combatentes.
"Os nossos combatentes, os nossos soldados e até os nossos caçadores vão começar a perseguir o agressor, as tropas russas, com as armas nas florestas. A primavera vai chegar em breve, as nossas florestas vão ficar verde novamente e um verdadeiro inferno vai se abrir diante do agressor", disse.
O general observou que, embora a resistência ucraniana tenha enfrentado o Exército russo por um mês, a situação continua "muito difícil".
"Temos grandes forças russas no nosso território que cercaram as cidades da Ucrânia. Quanto às perspetivas da paz, apesar das negociações, permanecem vagas e imprevisíveis", salientou.
Kyrylo Budanov também desprezou os combatentes chechenos que se juntaram às tropas da Rússia na frente ucraniana, observando que era fácil rastreá-los ao ouvir as suas conversas nos telemóveis.
"Temos muitos informadores nas fileiras chechenas. Assim que prepararem uma operação, nós sabemos graças aos nossos informadores", acrescentou.
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