De Lviv a Varsóvia são quase 400 quilómetros. Hoje, Joe Biden esteve mais perto do que nunca da guerra na Ucrânia, discursando na capital polaca ao mesmo tempo que a cidade de Lviv, na zona mais a oeste do país, foi atacada pelos russos.
A presença do presidente norte-americano na região ficará marcada pelo seu discurso em que pareceu sugerir um apelo a uma mudança de regime no Kremlin mas, em Lviv, acredita-se que os bombardeamentos estejam relacionados com a visita.
O autarca da cidade, Andriy Sadovyy, disse, citado pela BBC, numa conferência com as autoridades militares, que os mísseis foram uma espécie de cumprimento.
"Eu acho que os ataques de hoje são o agressor a mandar cumprimentos ao presidente Biden, que está na Polónia. Lviv fica a 70 quilómetros da fronteira com a Polónia", afirmou o autarca.
Nenhuma pessoa morreu, cinco ficaram feridas e três estruturas foram atingidas pelos ataques, duas de particular atenção: uma refinaria numa área residencial e uma central militar, também ela localizada numa área residencial.
No Twitter, Sadovyy publicou mesmo uma foto de uma janela partida pela onda de choque, numa escola próxima de um dos ataques.
In one of the schools near the place of the airstrike, windows were broken by a shock wave.
— Андрій Садовий (@AndriySadovyi) March 26, 2022
There are no victims. pic.twitter.com/mcHEWkbw3M
A guerra já matou pelo menos mais de mil civis ucranianos, segundo os dados da Organização das Nações Unidas (ONU), mas espera-se que o número real seja significativamente superior, devido às dificuldades em contabilizar as baixas em cidades tomadas ou cercadas.
Segundo as forças armadas ucranianas, já terão morrido mais de 16 mil soldados russos, o que, a ser verdade, significa que a Rússia perdeu mais tropas num mês de guerra na Ucrânia do que a União Soviética perdeu em dez anos no Afeganistão (1979-1989), uma das maiores derrotas para o então superpoder.
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