Segundo a agência France-Presse, os motoristas de 'boda-boda' (nome pelo qual são conhecidos os mototáxis) haviam sido detidos três dias após a violenta agressão, que teve lugar no início de março, em pleno dia, após um acidente de viação na capital, Nairobi.
Num vídeo partilhado nas redes sociais é possível ver uma jovem mulher ao volante do seu veículo a lutar por se defender, enquanto um grupo de homens tenta despi-la e assediá-la.
"Sendo que o responsável pela investigação não conseguiu encontrar qualquer prova para condenar os suspeitos, coloco-os deste modo em liberdade", declarou hoje a juíza Martha Nanzushi no tribunal.
Será julgado um décimo sétimo homem, considerado o líder do ataque, que enfrenta um pena máxima de prisão perpétua se for reconhecido como culpado desta agressão sexual.
A polícia informou que, a meio de março, o sujeito havia sido interpelado numa localidade próxima da fronteira com a Tanzânia, a 400 quilómetros de Naiorobi, depois de se evadir à detenção através de um esgoto.
Face à polémica suscitada pela agressão junto dos cidadãos de todo o país, o Presidente Uhuru Kenyatta pediu a maior severidade no julgamento e ordenou um recenseamento geral dos mototáxis no Quénia.
Os 'boda-boda' são um meio de transporte lucrativo no país do leste africano, que não dispõe de uma rede de transportes públicos desenvolvida.
De acordo com estatísticas oficiais de 2018, citadas pela agência noticiosa, 1,4 milhões de motociclos estavam registados no Quénia, a maior parte 'boda-boda'.
Os condutores, sobretudo jovens do sexo masculino, têm uma má reputação, fruto do incumprimento do Código da Estrada e dos frequentes ataques contra clientes.
Muitas vezes, são também acusados de assaltos por puxão, assédio e agressões que vão até à violação.
Em 2019, os 'boda-boda" foram classificados como "ameaça para a segurança nacional" por uma unidade de pesquisa do Ministério do Interior.
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