Seguindo os passos da holandesa Heineken, a produtora de cerveja dinamarquesa Carlsberg anunciou esta segunda-feira que deixará os seus negócios na Rússia devido à invasão da Ucrânia. A empresa, detentora da Baltika Brewery, lamentou ainda as consequências da decisão para os seus "8.400 funcionários na Rússia".
Condenando o conflito provocado pela Rússia, que “causou a perda de tantas vidas humanas, devastação e tragédia”, o grupo recordou, em comunicado, ter iniciado uma revisão da sua presença na Rússia a 9 de março que, agora, se traduzirá na retirada dos seus negócios do país.
Ainda que lamente as “consequências desta decisão para os 8.400 funcionários na Rússia”, a produtora encara a medida como “a coisa certa a fazer neste momento”.
“Até o processo estar concluído, manteremos o nível reduzido de operações recentemente anunciado para manter o sustento destes funcionários e das suas famílias”, assegurou, complementando que todas as receitas obtidas desde o início da invasão russa serão doadas a organizações de ajuda humanitária.
“Os nossos pensamentos estão com o povo da Ucrânia e apelamos para que a paz seja restaurada urgentemente”, termina.
No ano passado, 10% das receitas totais do grupo e 6% dos lucros de exploração foram obtidos na Rússia, onde a Carlsberg é detentora de oito cervejarias. Recorde-se que a empresa tomou posse da Baltika Brewery em 2008, líder no mercado russo de cerveja.
A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou pelo menos 1.151 civis, incluindo 103 crianças, e feriu 1.824, entre os quais 133 crianças, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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