Autoridades dos EUA autorizadas a ir à China e investigar acidente aéreo
A China concedeu vistos a autoridades norte-americanas que vão participar nas investigações do acidente do voo da companhia aérea China Eastern, que se despenhou em 21 de março causando 132 mortos, divulgou uma agência do governo dos EUA.
© Reuters
Mundo China Eastern
O Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB, em inglês) norte-americano revelou que a China também concedeu vistos a consultores técnicos da Boeing, que fabricou o avião, à fabricante de motores CFM e à Administração Federal de Aviação.
Todos deverão participar na investigação, perante os acordos internacionais de longa data.
O conselho de segurança, agência governamental dos EUA, acrescentou que as autoridades norte-americanas e representantes da indústria esperam partir para a China ainda esta semana.
Um porta-voz revelou que esta agência independente irá enviar um "pequeno grupo" para a China, incluindo a investigadora sénior de segurança aérea, Sathya Silva.
A viagem tinha sido adiada durante vários dias para atender aos regulamentos chineses para a emissão de vistos e devido à pandemia de covid-19.
O NTSB apelou ao Departamento de Estado norte-americano para intervir, noticiou a agência Associated Press (AP).
O avião, um Boeing 737-800 que voava entre as cidades de Kunming (sudoeste) e Cantão (sudeste), despenhou-se na região de Guangxi no dia 21 de março, às 14:38 horas locais (07:38 em Lisboa), matando todas as pessoas a bordo -- 123 passageiros e nove membros da tripulação.
A violência do impacto e a inclinação da zona montanhosa onde o avião se despenhou dificultaram os trabalhos de busca, que até agora cobriram uma área superior a 40.000 metros quadrados, na qual foram encontrados restos mortais e partes do avião, incluindo as duas 'caixas negras' e um dos motores.
A descoberta, entre quarta-feira e domingo, das duas 'caixas negras' do aparelho vai ajudar a determinar a causa do acidente do avião, que caiu verticalmente e desceu quase 8.000 metros em menos de três minutos, segundo o portal de rastreio de voos FlightRadar24.
Embora a descodificação dos dados das caixas já tenha começado, os funcionários envolvidos na investigação disseram na segunda-feira que o conteúdo por si só é insuficiente para esclarecer o que aconteceu e que estão a recolher a maior quantidade possível de destroços do aparelho, assim como vídeos do momento do acidente.
O avião, que estava em serviço há quase sete anos, tinha passado todas as verificações exigidas pelos regulamentos e o seu estado técnico era "normal e estável" durante a descolagem, de acordo com declarações de um representante da China Eastern, citadas pela imprensa local.
O incidente pôs fim a uma série de quase 12 anos sem acidentes aéreos graves na China, cujas autoridades anunciaram uma investigação de duas semanas "para garantir a segurança absoluta" nas operações do setor.
A China Eastern, uma das quatro principais companhias aéreas chinesas, e as suas subsidiárias aterraram todos os seus Boeing 737-800, num total de mais de 200 aviões.
A companhia aérea salientou que tomou esta medida como uma precaução e adiantou que não encontrou qualquer problema com as aeronaves.
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