O Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB, em inglês) norte-americano revelou que a China também concedeu vistos a consultores técnicos da Boeing, que fabricou o avião, à fabricante de motores CFM e à Administração Federal de Aviação.
Todos deverão participar na investigação, perante os acordos internacionais de longa data.
O conselho de segurança, agência governamental dos EUA, acrescentou que as autoridades norte-americanas e representantes da indústria esperam partir para a China ainda esta semana.
Um porta-voz revelou que esta agência independente irá enviar um "pequeno grupo" para a China, incluindo a investigadora sénior de segurança aérea, Sathya Silva.
A viagem tinha sido adiada durante vários dias para atender aos regulamentos chineses para a emissão de vistos e devido à pandemia de covid-19.
O NTSB apelou ao Departamento de Estado norte-americano para intervir, noticiou a agência Associated Press (AP).
O avião, um Boeing 737-800 que voava entre as cidades de Kunming (sudoeste) e Cantão (sudeste), despenhou-se na região de Guangxi no dia 21 de março, às 14:38 horas locais (07:38 em Lisboa), matando todas as pessoas a bordo -- 123 passageiros e nove membros da tripulação.
A violência do impacto e a inclinação da zona montanhosa onde o avião se despenhou dificultaram os trabalhos de busca, que até agora cobriram uma área superior a 40.000 metros quadrados, na qual foram encontrados restos mortais e partes do avião, incluindo as duas 'caixas negras' e um dos motores.
A descoberta, entre quarta-feira e domingo, das duas 'caixas negras' do aparelho vai ajudar a determinar a causa do acidente do avião, que caiu verticalmente e desceu quase 8.000 metros em menos de três minutos, segundo o portal de rastreio de voos FlightRadar24.
Embora a descodificação dos dados das caixas já tenha começado, os funcionários envolvidos na investigação disseram na segunda-feira que o conteúdo por si só é insuficiente para esclarecer o que aconteceu e que estão a recolher a maior quantidade possível de destroços do aparelho, assim como vídeos do momento do acidente.
O avião, que estava em serviço há quase sete anos, tinha passado todas as verificações exigidas pelos regulamentos e o seu estado técnico era "normal e estável" durante a descolagem, de acordo com declarações de um representante da China Eastern, citadas pela imprensa local.
O incidente pôs fim a uma série de quase 12 anos sem acidentes aéreos graves na China, cujas autoridades anunciaram uma investigação de duas semanas "para garantir a segurança absoluta" nas operações do setor.
A China Eastern, uma das quatro principais companhias aéreas chinesas, e as suas subsidiárias aterraram todos os seus Boeing 737-800, num total de mais de 200 aviões.
A companhia aérea salientou que tomou esta medida como uma precaução e adiantou que não encontrou qualquer problema com as aeronaves.
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