Polónia disponível para acolher armas nucleares americanas
A Polónia está disponível para acolher armas nucleares americanas face à guerra entre a Ucrânia e a Rússia, afirmou o vice-primeiro ministro polaco Jaroslaw Kaczynski, que defendeu também um reforço de tropas naquele país.
© Lusa
Mundo Ucrânia
"Faria sentido ampliar a presença nuclear no flanco leste [da NATO - Organização do Tratado Atlântico Norte]", afirmou o também presidente do partido conservador e nacionalista Lei e Justiça (PiS), numa entrevista no jornal alemão Die Welt, realçando que essa iniciativa teria de partir de Washington.
Jaroslaw Kaczynski propôs também aumentar a presença de tropas americanas na Europa de 100.000 para 150.000 efetivos, metade dos quais deveriam estar mobilizados de forma permanente nos países do leste da Europa, nas fronteiras com a Rússia.
"Os soldados da potência nuclear americana são o fator mais forte na hora de prevenir que a Rússia ataque países da NATO e aquele que nos proporciona uma maior segurança", justificou o líder do partido PiS.
O responsável do partido mais votado na Polónia nas legislativas de 2019 defendeu ainda a criação no país de um grande centro operativo da NATO, a partir do qual se possam planificar e dirigir missões.
"Seria um claro sinal a Moscovo, que significaria que a liderança da NATO estaria também presente no leste", notou.
Na entrevista ao Die Welt, Kaczynski mostrou-se "muito insatisfeito" face à posição da Alemanha em relação à Rússia, nomeadamente com um embargo ao petróleo russo.
O político ultraconservador, considerado pelos analistas como o verdadeiro líder político da Polónia, explicou que as importações do gás russo são mais difíceis de substituir, mas que no caso do petróleo, tal seria possível.
"Durante anos, o Governo alemão não quis ver o que a Rússia faz a mando de Putin", acusou o responsável político, referindo que não era difícil de prever o que iria acontecer.
Já antes da guerra entre a Ucrânia e a Rússia, em 2017, Jaroslaw Kaczynski defendia a ideia de uma Europa como potência nuclear.
Também em 2020, a embaixadora americana em Varsóvia, sugeriu a relocalização de armas nucleares americanas que estão na Alemanha para a Polónia, com analistas a considerar que tal seria um erro, não apenas pelos custos, mas por essas armas ficarem mais vulneráveis a ataques preventivos.
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