Realizador lituano morto em Mariupol "de câmara na mão"
O cineasta estava a tentar sair da cidade portuária, quando foi atingido por um bombardeamento russo.
© Reprodução
Mundo Ucrânia/Rússia
O realizador lituano Mantas Kvedaravicius foi morto este sábado em Mariupol, enquanto documentava as ‘atrocidades’ ali cometidas. Mais conhecido pelo seu documentário ‘Mariupolis’, o cineasta de 45 anos estava a tentar sair da cidade portuária, quando foi atingido por um bombardeamento russo.
“Enquanto tentava sair de Mariupol, os ocupantes russos mataram o realizador lituano Mantas Kvedaravicius”, revelou a agência de informação do Ministério da Defesa ucraniano, no Twitter.
Autor do documentário ‘Mariupolis’, cuja estreia se deu no Festival Internacional de Cinema de Berlim de 2016, Kvedaravicius ‘pintava’ há largos anos o ‘quadro’ daquela cidade portuária, que constitui um alvo estratégico para Moscovo.
“O nosso amigo realizador lituano Mantas Kvedaravichius, participante do Artdocfest, foi assassinado hoje em Mariupol, com uma câmara nas mãos, nesta guerra de m**** contra o mundo inteiro”, lamentou Vitaliy Manski, realizador de cinema russo, na sua página do Facebook.
“Perdemos um criador bem conhecido na Lituânia e no mundo que, até ao último momento, e apesar do perigo, trabalhou na Ucrânia ocupada pela Rússia”, disse o presidente lituano, Gitanas Nauseda, citado pela Reuters.
While trying to leave #Mariupol, the 🇷🇺 occupiers killed Lithuanian director Mantas Kvedaravičius, who is the author of the documentary Mariupolis.
— ArmyInform (@armyinformcomua) April 2, 2022
RIP #StopRussia #RussianWarCrimes pic.twitter.com/5EfZ9jEWQU
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Lituânia também expressou as suas condolências no Twitter, considerando que a morte do cineasta é “uma grande perda para o país e para o mundo”.
Nascido em 1976, Kvedaravichius estudou na Universidade de Vilnius, na Lituânia, obtendo também uma licenciatura em Antropologia Social na Universidade de Cambridge, no Reino Unido.
Recorde-se que Mariupol tem sido das cidades mais afetadas pela ofensiva russa, visto que a sua ocupação permitiria ligar as regiões de Donbass com a península da Crimeia. Também deixaria a Ucrânia sem um porto no Mar de Azov, abrindo portas para que a Rússia aumentasse a sua ofensiva a partir do sul do país.
A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.325 civis, incluindo 120 crianças, e feriu 2.017, entre os quais 168 menores, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 4,1 milhões de refugiados em países vizinhos e cerca de 6,5 milhões de deslocados internos.
A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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