Faltava pouco para as cerimónias fúnebres do Papa Francisco começarem, no Vaticano, quando o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, reuniu-se, no sábado, em plena Basílica de São Pedro, com o homólogo norte-americano, Donald Trump. O histórico momento foi captado em fotografias.
Terminado o funeral do Papa, o presidente ucraniano recorreu às redes sociais para revelar que a reunião foi "boa", com vista a "um cessar-fogo total e incondicional" e uma "paz fiável e duradoura que impeça a inclusão de uma nova guerra".
Do lado norte-americano, a Casa Branca corroborou, afirmando que os dois chefes de Estado tiveram uma reunião "muito produtiva".
Inicialmente, os dois líderes planeavam reencontrar-se depois do funeral, mas o segundo encontro acabou por não acontecer devido à "agenda muito ocupada" dos presidentes, justificou a presidência ucraniana.
Trump confessa duvidar de Putin e ameaça com sanções
Apesar de o segundo encontro com Zelensky não ter acontecido, Donald Trump recorreu à sua rede social, Truth Social, para mostrar que começou a duvidar das intenções do homólogo russo, Vladimir Putin, para terminar a guerra na Ucrânia.
Para o norte-americano, não há "razão para Putin estar a disparar contra áreas civis, cidades e vilas nos últimos dias".
"Faz-me pensar que talvez não queira parar a guerra. Está apenas a persuadir-me e tem de ser tratado de forma diferente, através da banca ou de sanções secundárias? Estão a morrer demasiadas pessoas", admitiu Trump.
Macron destaca "vontade de paz", Starmer destaca "progresso"
Com Trump e Zelensky na basílica estiveram também o presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer. Publicamente, Macron destacou a "conversa muito positiva" com "vontade de paz", enquanto Starmer revelou ter discutido o "progresso feito nos últimos dias para garantir uma paz justa e duradoura na Ucrânia".
© Reuters
Durante a tarde de sábado, em Roma, Zelensky encontrou-se ainda com a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, e a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, que mostrou apoiar a iniciativa de Trump, de conseguir um cessar-fogo com a Rússia e "uma paz duradoura na Ucrânia".
A primeira-ministra italiana expressou também as suas condolências "pelas vítimas dos recentes ataques russos" na Ucrânia, "renovando a condenação de tais atos e assinalando a urgência de um cessar-fogo imediato e incondicional".
Meloni apelou ainda "à necessidade de um compromisso concreto de Moscovo para iniciar o processo de paz", e elogiou o que considerou como "plena disposição da Ucrânia a um cessar-fogo imediato" que termine com a guerra que dura há mais de três anos.
Marcelo considera "inspirador para a paz" encontro entre Trump e Zelensky
Do lado português, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que esteve sentado atrás de Trump durante as cerimónias públicas do Papa, defendeu que o encontro entre Zelensky e o norte-americano "é inspirador para a paz" e disse esperar que leve a "uma paz digna e justa".
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O Presidente português afirmou que "o que se espera de uma paz falada na Basílica de São Pedro é que seja uma paz possível, uma paz rápida, mas uma paz digna e justa, que é isso que é fundamental".
Marcelo liderou a comitiva portuguesa que esteve presente nas cerimónias fúnebres do Papa Francisco, que decorreram no sábado de manhã.
Desde 2022, altura em que fracassaram as negociações entre os dois países em guerra, que não existem mais negociações diretas entre a Rússia e a Ucrânia.
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