Em entrevista à Lusa, Alexander Sopylnyk explicou que a organização, que junta sete mil voluntários, começou por identificar crianças sem família e depois tentar juntá-las a familiares.
Mas, com a guerra, há mais casos de situações em fragilidade -- idosos, doentes -- que também estão a merecer o apoio da organização, que começou a sua atividade em 2014, após a invasão russa da Crimeia (sul) e a revolta independentista em Donbass (parte das províncias de Donetsk e Lughansk, com apoio militar de Moscovo).
"Havia crianças desaparecidas e tentámos reunir as pessoas. E depois fizemos, ao longo do tempo, muito trabalho de apoio, até relacionado com tráfico de pessoas", recordou Alexander Sopylnyk.
Após a invasão, "num mês, conseguimos encontrar três mil crianças e reuni-las com as famílias", sendo que muitos dos casos aconteceram em zonas de fortes combates, como Mariupol, Kharkiv ou Severdonetsk, com custos humanos para a organização.
"Em Mariupol tínhamos 12 voluntários, sobreviveram apenas três", disse, emocionado, Alexander Sopylnyk.
"Identificamos crianças e depois fazemos pesquisas em bases de dados ou através das nossas redes", explicou o dirigente, que salientou o risco do trabalho.
"Não se faz buscas de pessoas com algoritmos. É preciso ir porta a porta, destroço a destroço", alertou.
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