Canadá denuncia "crimes de guerra" e promete sanções à Rússia "em breve"
O Canadá denunciou esta segunda-feira "crimes de guerra" cometidos pelas forças russas na Ucrânia, após a descoberta de corpos de civis na cidade de Bucha e anunciou novas sanções a Moscovo "em breve".
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Mundo Ucrânia
"O que aconteceu este fim de semana é completamente escandaloso, injustificável e chocante", realçou a ministra dos Negócios Estrangeiros canadiana, Mélanie Joly, durante uma viagem à Finlândia.
"Estes são claramente crimes de guerra e crimes contra a humanidade", sustentou, acusando as tropas russas destes atos.
Após a conferência de imprensa na Finlândia, a ministra denunciou, através da rede social Twitter "as atrocidades cometidas pelas forças russas contra civis inocentes em Bucha e em toda a Ucrânia", noticiou a agência France-Presse (AFP).
A comunidade internacional tem reagido à denúncia das autoridades ucranianas da existência de mais de 400 cadáveres nas ruas de Bucha, a oeste de Kiev, no seguimento da ocupação pelas forças russas, situação também documentada no terreno por vários 'media' internacionais.
A Rússia negou "categoricamente" as acusações de "massacre" e "genocídio" relacionadas com descoberta de um grande número de cadáveres de civis em Busha, nos arredores de Kiev, e anunciou uma "avaliação judicial da provocação" ucraniana.
Na segunda-feira à tarde, o parlamento canadiano aprovou uma moção a condenar os "crimes contra a humanidade e crimes de guerra cometidos na Ucrânia".
A moção foi apresentada por iniciativa de membros do Novo Partido Democrático e foi aprovada por unanimidade pelos parlamentares, que também respeitaram um minuto de silencia em memória dos civis que perderam a vida em Bucha.
Tal como as Nações Unidos e outros países ocidentais, o Canadá está a pedir uma investigação do Tribunal Penal Internacional (TPI) sobre os acontecimentos em Bucha e outras localidades ucranianas.
O TPI, com sede em Haia, nos Países Baixos, investiga denúncias sobre crimes de guerra no país desde 03 de março.
A União Europeia, em particular a França e Alemanha, e os Estados Unidos já prometeram novas sanções contra a Rússia.
Segundo Mélanie Joly, também o Canadá irá anunciar "em breve" mais sanções contra entidades e pessoas russas e bielorrussas.
As novas medidas terão como alvos nove russos e nove bielorrussos que são "colaboradores próximos" dos dois regimes, segundo um comunicado de imprensa.
No total, desde a invasão russa da Ucrânia, o Canadá sancionou mais de 700 indivíduos e entidades da Rússia e Bielorrússia.
A ministra dos Negócios Estrangeiros do Canadá pediu ainda "mais" por parte do G7.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.430 civis, incluindo 121 crianças, e feriu 2.097, entre os quais 178 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de dez milhões de pessoas, das quais 4,1 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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