"Estamos a ampliar as listas de sanções -- acrescentando dezenas de pessoas da política ao setor dos negócios e envolvidos em atividades de propaganda, e ainda mais entidades dos setores financeiro, da indústria militar e dos transportes, entre os quais quatro importantes bancos russos que, além de serem excluídos do sistema Swift, serão ainda proibidos de participar em quaisquer transições financeiras na UE", referiu, em comunicado, o chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell.
O Alto Representante para a Política Externa e de Segurança da UE acrescentou ainda ter decido "designar 'persona non grata' vários membros da Representação Permanente da Federação Russa na UE por envolvimento em atividades contrárias ao seu estatuto diplomático".
Segundo Borrell, esta medida, em linha com decisões semelhantes tomadas por vários países, responde a "atos ilegais e disruptivos da Rússia contra a segurança da UE e dos Estados-membros".
Estas medidas inserem-se no novo pacote de sanções a Moscovo, hoje propostas pela Comissão Europeia e que, salientou Borrell, "visam o Kremlin e as elites políticas e económicas que apoiam a guerra de [Vladimir] Putin na Ucrânia.
O embaixador da Rússia junto da UE foi convocado pelo secretário-geral do Serviço de Ação Externa para lhe ser comunicada a decisão.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.430 civis, incluindo 121 crianças, e feriu 2.097, entre os quais 178 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,2 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Leia Também: Ucrânia: Pró-russos e ucranianos acusam-se mutuamente por atacar cisterna