O secretário de Estado norte-americano, Anthony Blinken, considerou esta terça-feira que os crimes cometidos contra civis ucranianos em Bucha não são “um ato aleatório de uma unidade [militar] desonesta”, mas sim uma “campanha deliberada para matar, torturar, violar” civis e “cometer crimes e atrocidades”.
“Enquanto a maré russa recua de partes da Ucrânia, o mundo vê a morte e a destruição deixadas para trás. Estamos a ver, em particular, o horror que foi deixado para trás em Bucha, algo que está a comover as pessoas de literalmente todo o mundo”, afirmou o responsável aos jornalistas, antes de embarcar num avião para Bruxelas, onde irá participar amanhã numa reunião da NATO.
As imagens dos crimes “reforçam a determinação” dos Estados Unidos da América (EUA) e de “países de todo o mundo” para “garantir que, de uma forma ou outra, um dia ou outro, haja responsabilidade para quem cometeu” tais atos, garantiu Blinken.
O responsável acrescentou ainda que os EUA estão a trabalhar com outros países para “reunir evidências” e apurar se a Rússia cometeu crimes de guerra na Ucrânia. “Horrivelmente, tragicamente, o que estamos a ver em Bucha e noutros lugares confirma isso [crimes de guerra], mas, em todos os casos, há um esforço muito importante para reunir as evidências, compilá-las, documentá-las, apoiar as diferentes investigações”, sublinhou.
Recorde-se que os primeiros relatos de crimes contra civis na cidade ucraniana de Bucha surgiram durante o fim de semana. Segundo as autoridades ucranianas, civis foram violados, torturados e mortos pelas tropas russas. Os ataques têm sido negados pelo Kremlin, que defende que as imagens divulgadas são “falsas”.
Assinala-se esta terça-feira o 41.º dia da invasão russa da Ucrânia. Pelo menos 2.195 civis morreram e 1.480 ficaram feridos, segundo dados confirmados pela Organização das Nações Unidas (ONU). A guerra já levou à fuga de mais de 11 milhões de pessoas, 4,1 milhões das quais para países vizinhos.
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