"O vosso presidente é acusado de cometer crimes de guerra", afirma Boris Johnson na mensagem, em russo, acrescentando não acreditar que Putin esteja a agir em nome do povo da Rússia.
Também em russo, o primeiro-ministro britânico diz que "o povo russo merece a verdade, merece [saber] os factos".
No vídeo, descreve, em inglês, as "atrocidades cometidas pelas tropas russas em Bucha, Irpin e em outros locais da Ucrânia".
To the Russian people, look at what is being done in your name.
"Civis massacrados, mortos a tiro com as mãos amarradas. Mulheres violadas na frente dos seus filhos pequenos. Corpos queimados brutalmente grosseiramente, lançados para valas comuns ou simplesmente deixados na rua", relata.
Johnson acusa o Kremlin de tentar esconder as imagens "chocantes" e "repugnantes" e incita os russos a contornar as restrições à Internet para procurar "informação independente".
"Tudo o que precisa é de uma ligação VPN [Rede Privada Virtual] para ter acesso a informações independentes de qualquer lugar do mundo. E quando encontrar a verdade, partilhe", exorta.
As autoridades ucranianas denunciaram a descoberta de mais de 400 corpos nas ruas de Bucha, nos arredores de Kiev, o que o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmitro Kuleba, qualificou como "o pior massacre na Europa desde a Segunda Guerra Mundial".
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou a Rússia de cometer um "genocídio" na Ucrânia e prometeu levar o caso à "justiça internacional".
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.480 civis, incluindo 165 crianças, e feriu 2.195, entre os quais 266 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,2 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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