Boris Johnson emite vídeo em russo sobre "atrocidades" em Bucha

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, divulgou hoje uma comunicação em vídeo na qual fala parcialmente em russo sobre as "atrocidades" registadas na cidade ucraniana de Bucha, acusando o presidente Vladimir Putin de "crimes de guerra". 

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Lusa
05/04/2022 19:11 ‧ 05/04/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

"O vosso presidente é acusado de cometer crimes de guerra", afirma Boris Johnson na mensagem, em russo, acrescentando não acreditar que Putin esteja a agir em nome do povo da Rússia.

Também em russo, o primeiro-ministro britânico diz que "o povo russo merece a verdade, merece [saber] os factos". 

No vídeo, descreve, em inglês, as "atrocidades cometidas pelas tropas russas em Bucha, Irpin e em outros locais da Ucrânia".

"Civis massacrados, mortos a tiro com as mãos amarradas. Mulheres violadas na frente dos seus filhos pequenos. Corpos queimados brutalmente grosseiramente, lançados para valas comuns ou simplesmente deixados na rua", relata.

Johnson acusa o Kremlin de tentar esconder as imagens "chocantes" e "repugnantes" e incita os russos a contornar as restrições à Internet para procurar "informação independente".

"Tudo o que precisa é de uma ligação VPN [Rede Privada Virtual] para ter acesso a informações independentes de qualquer lugar do mundo. E quando encontrar a verdade, partilhe", exorta.

As autoridades ucranianas denunciaram a descoberta de mais de 400 corpos nas ruas de Bucha, nos arredores de Kiev, o que o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmitro Kuleba, qualificou como "o pior massacre na Europa desde a Segunda Guerra Mundial".

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou a Rússia de cometer um "genocídio" na Ucrânia e prometeu levar o caso à "justiça internacional".

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.480 civis, incluindo 165 crianças, e feriu 2.195, entre os quais 266 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,2 milhões para os países vizinhos.

Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: Trabalho das Instituições da ONU é impensável sem Rússia, diz Kremlin

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