"Mais de 80% das crianças afetadas são meninos", destacou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o Serviço de Ação Antiminas da ONU (Unmas), em comunicado de imprensa.
Os meninos iraquianos são "muito mais afetados por acidentes que ocorrem em contexto de trabalho infantil, como na agricultura ou na recolha de sucata", pode ler-se.
Nos últimos cinco anos, 519 crianças morreram ou ficaram feridas, sendo que em 2021 foram afetadas 125 crianças.
A Unicef está a trabalhar com parceiros no Iraque para fortalecer os sistemas de proteção infantil e programas de educação sobre riscos.
Em 2021, este organismo das Nações Unidas alcançou quase 69.000 crianças em risco e treinou mais de 4.000 profissionais em educação sobre o risco das munições explosivas.
Minas e resíduos explosivos de guerra estão particularmente presentes perto das fronteiras com o Irão, Kuwait e Arábia Saudita.
Em todas estas áreas, o Iraque esteve envolvido em conflitos armados, seja durante a guerra com Teerão (1980-1988), a primeira Guerra do Golfo desencadeada pela invasão do Kuwait em 1990 ou, mais recentemente, durante os combates entre o grupo Estado Islâmico e o Exército iraquiano, apoiado por uma coligação internacional.
"O Iraque é considerado um dos países mais contaminados por artefactos explosivos do mundo", tinha também alertado recentemente um relatório da Organização Não-Governamental (ONG) Handicap International.
Segundo esta ONG, permanecem explosivos em 3.225 quilómetros quadrados de terra.
Já a Unicef e a Unmas instaram, no seu comunicado de imprensa, todas as partes "a acelerar os seus esforços para limpar minas e restos de explosivos, fortalecer a assistência às vítimas e apoiar o direito das crianças a um ambiente seguro e protegido".
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