O autarca de Mariupol, na Ucrânia, disse, esta quarta-feira, que a cidade, cercada pelas tropas russas, se tornou “a nova Auschwitz”.
“Os racistas transformaram a nossa cidade num campo de extermínio. Infelizmente, a estranha analogia está a ganhar cada vez mais confirmação. Esta não é mais a Chechénia ou Alepo. Esta é a nova Auschwitz e Madjanek”, escreveu Vadym Boychenko, numa publicação partilhada no Telegram, citada pela Sky News.
O presidente da câmara destacou que, apesar de as estimativas de há uma semana sugerirem que 5.000 pessoas já tinham sido mortas na cidade, é possível que existam “dezenas de milhares de vítimas”, tendo em conta o tamanho da cidade e o nível de destruição.
“Há uma semana, algumas estimativas cautelosas indicavam 5.000 mortos [em Mariupol]. Mas, dado o tamanho da cidade, a destruição catastrófica, a duração do bloqueio e a resistência feroz, dezenas de milhares de civis de Mariupol podem ter sido vítimas dos ocupantes russos”, disse.
Além disso, o autarca afirmou que as tropas russas “estão a tentar encobrir os seus rastos” e começaram a utilizar crematórios móveis para fazerem desaparecer os “vestígios” dos seus crimes.
Recorde-se que a Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro. Os dados mais recentes da ONU, que alerta para a probabilidade e o número real de vítimas civis ser muito maior, indicam que a guerra já matou pelo menos 1.480 civis, incluindo 165 crianças. Além disso, a invasão provocou mais de 11 milhões de deslocados.
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