Apesar do momento "mais difícil em 30 anos", Rússia está a "resistir"

O primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin, assegura que a economia do país está "a estabilizar".

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Notícias ao Minuto
07/04/2022 16:30 ‧ 07/04/2022 por Notícias ao Minuto

Mundo

Ucrânia/Rússia

Há três décadas que a Rússia não passava por um momento tão conturbado como o atual, devido às sanções impostas pelas nações ocidentais como resposta à invasão da Ucrânia. Quem o diz é o primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin, que, apesar de tudo, assegura que as tentativas de isolar o país das restantes economias mundiais falharão.

“Sem dúvida que a situação atual na Rússia é a mais difícil em três décadas”, disse o responsável esta quinta-feira, em declarações perante a Duma (a câmara baixa do Parlamento), citadas pela Reuters.

“Estas sanções nem sequer foram usadas nos tempos mais sombrios da Guerra Fria”, acrescentou, referindo-se às penalidades aplicadas à Rússia pelas nações do Ocidente, numa tentativa de desescalar a ofensiva militar daquele país na Ucrânia.

Antes das sanções, a Rússia esperava um excedente orçamental de 1.3 bilhões de rublos (cerca de 15.031.455.309 euros) para este ano, equivalente a 1% do produto interno bruto. Contudo, na conjuntura atual, Mishustin revelou que o país aplicará todos os ganhos em ajudas estatais.

Na verdade, a Reuters aponta que o governo russo prometeu um bilhão de rublos (cerca de 11.474.660.000 euros) destinado ao apoio às empresas e prestações sociais, assim como a famílias com crianças, sendo que 250 mil milhões (cerca de 2.868.665.000) serão gastos nas ferrovias russas.

Além disso, a Rússia introduziu medidas de retaliação às sanções ocidentais, que impedem que os investidores estrangeiros vendam os seus ativos, caso decidam abandonar o país. Será também possível nacionalizar os ativos nestes casos.

“A produção deve continuar, porque gera empregos. Os nossos cidadãos trabalham lá”, justificou Mishustin, recordando que, como as empresas ‘em fuga’ estão a transferir os seus títulos de produção para as companhias russas, há novas oportunidades de negócio à vista.

“O nosso sistema financeiro, a força vital de toda a economia, está a resistir”, assegurou o responsável, garantindo que o “mercado de ações e o rublo estão a estabilizar”.

“Duvido que qualquer outro país pudesse ter resistido a isto. Nós conseguimos”, sublinhou.

Recorde-se que a Rússia lançou uma ofensiva militar na Ucrânia a 24 de fevereiro, matando pelo menos 1.563 civis, incluindo 130 crianças, e ferindo 2.213, entre os quais 188 menores, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,2 milhões para os países vizinhos.

Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e a ONU calcula que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: Ucrânia. Mais de 4,3 milhões de pessoas já fugiram do país

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