Pelo menos 26 corpos encontrados nos escombros de edifícios em Borodyanka

Segundo a procuradora-geral ucraniana, a cidade será "a pior" em termos de destruição e de vítimas mortais.

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Notícias ao Minuto com Lusa
07/04/2022 20:07 ‧ 07/04/2022 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

Pelo menos 26 corpos foram encontrados, esta quinta-feira, nos escombros de dois edifícios em Borodyanka, nos arredores de Kyiv, conforme avançou a procuradora-geral ucraniana, Iryna Venediktova.

Em declarações à televisão ucraniana, a responsável não indicou a causa da morte, mas acusou as tropas russas de bombardear a cidade antes de tomar controlo da mesma, cita a Reuters.

Agora, após a retirada russa, as autoridades locais estão a avaliar a situação de Borodyanka que, de acordo com Venediktova, será bastante pior do que Bucha, onde foram descobertos vários cadáveres de civis.

“Borodyanka é a pior [das cidades atacadas] em termos de destruição e em termos da incerteza quando ao número de vítimas”, disse.

Segundo a procuradora-geral, o alvo do ataque aos edifícios foi "apenas a população civil", uma vez que "não existe qualquer base militar" naquela localidade recentemente recuperada pelas forças ucranianas, após a retirada das tropas russas da região de Kyiv.

Venediktova alegou ainda que os russos usaram bombas de fragmentação e lança rockets pesados que "provocam morte e destruição".

"Há provas de crimes de guerra cometidos pelas forças russas em cada esquina. O inimigo bombardeou, à traição, durante a noite, quando havia o máximo de pessoas em casa", acusou.

Recorde-se que, na segunda-feira, a responsável denunciou a situação em Borodyanka, considerando que, no final da guerra, será abordada “de forma separada” das restantes cidades.

Com pouco mais de 12 mil pessoas antes da guerra, a região fica relativamente próxima de Kyiv, a cerca de 23 quilómetros a oeste de Bucha.

À semelhança de Bucha, Borodyanka foi tomada pelos russos durante a tentativa de cerco à capital ucraniana, surgindo notícias de um ataque a um hospital psiquiátrico, com centenas de pessoas no interior. Os bombardeamentos no local tornaram difícil a retirada de civis, não se conhecendo o número de pessoas que ali permaneceram até à retirada das forças russas.

A Rússia lançou uma ofensiva militar na Ucrânia a 24 de fevereiro, matando pelo menos 1.563 civis, incluindo 130 crianças, e ferindo 2.213, entre os quais 188 menores, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,2 milhões para os países vizinhos.

Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e a ONU calcula que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

[Notícia atualizada às 23h19]

Leia Também: Cenário em Borodyanka pior que em Bucha, avisa procuradora-geral

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