Líder humanitário da ONU descreve situação "assustadora" em Bucha

O principal responsável dos serviços humanitários da Organização das Nações Unidas (ONU), Martin Griffiths, visitou hoje as cidades ucranianas de Bucha e Irpin e descreveu uma situação "assustadora" no terreno, com valas comuns e dezenas de prédios residenciais destruídos.

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Lusa
07/04/2022 23:31 ‧ 07/04/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

Martin Griffiths deslocou-se às duas cidades, na região administrativa de Kiev, recentemente recapturadas pelas forças ucranianas e que foram palco de intensos combates, em conjunto com a vice-primeira-ministra do país, Olha Stefanishyna, disse à imprensa o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric.

O porta-voz disse que o diplomata britânico viu valas comuns cheias de corpos cobertos com plástico, prédios destruídos ou carros queimados no meio das ruas.

"Ele [Martin Griffiths] descreveu a visita como assustadora", disse Stéphane Dujarric, que pediu novamente um nome da ONU uma investigação imediata e independente para que os responsáveis pelo que aconteceu em Bucha e Irpin sejam julgados.

As autoridades ucranianas acusaram a Rússia de cometer massacres em larga escala, matando civis em Bucha e noutras cidades, o que Moscovo nega.

O subsecretário-geral da ONU para os Assuntos Humanitários também se reuniu hoje em Kiev com representantes do Governo ucraniano para tentar promover uma trégua humanitária no país, uma questão já abordada está semana em Moscovo com o Kremlin.

De acordo com o porta-voz da ONU, Martin Griffiths ouviu com atenção as opiniões e preocupações ucranianas e pediu ideias sobre como avançar para alcançar o cessar-fogo e facilitar a retirada segura de civis das zonas de conflito.

Martin Griffiths está encarregue pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, de explorar um possível cessar-fogo humanitário com a Rússia e a Ucrânia, processo que ocorre paralelamente à mediação para acabar com a guerra realizada por outros países, principalmente a Turquia.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.611 civis, incluindo 131 crianças, e feriu 2.227, entre os quais 191 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,3 milhões para os países vizinhos.

Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: Alemães gravaram russos a admitir terem disparado contra civis na Ucrânia

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