A morte de Jirinovski, 75 anos, foi anunciada na quarta-feira, sendo apontado como uma das principais figuras da cena política russa desde o desmembramento da União Soviética em 1991.
Após uma missa na Catedral do Cristo Salvador, decorreu uma cerimónia de homenagem com caixão aberto e durante a qual Putin compareceu por breves momentos, depositando um ramo de rosas vermelhas e inclinando-se perante o caixão, sem proferir uma palavra.
O enterro de Jirinovski está previsto para esta tarde.
Jirinovski participou em praticamente todas as eleições presidenciais da Rússia moderna e o seu Partido liberal-democrata da Rússia (LDPR, direita nacionalista radical) esteve sempre representado nas instâncias locais e nacionais.
As suas diatribes, as afirmações de cariz aguerrido ou as diversas e improváveis comparências em locais públicos vão permanecer na memória dos russos, em particular quando lançou um copo de água a um adversário durante um debate televisivo ou entrou em confronto físico no parlamento com um deputado.
A sua última declaração pública remonta a 27 de dezembro passado, quando previu que 2022 "não será um ano pacífico, será o ano em que a Rússia se tornará numa potência", apelando a que se "aguardasse por 22 de fevereiro", admitindo dessa forma a intervenção militar na Ucrânia.
Em 21 de fevereiro, na véspera da data que mencionou na sua última intervenção pública, Vladimir Putin reconheceu as repúblicas separatistas russófonas do Donbass, antes de ordenar a invasão da Ucrânia, três dias depois.
Durante muito tempo conotado com a extrema-direita, as suas ideias antiocidentais e sobre a grandeza da Rússia impuseram-se progressivamente no discurso público e no Kremlin, num contexto de viragem nacionalista.
Ao contrário das críticas a Putin, sempre muito comedidas, desde 2013 que defendia a detenção de Alexei Navalny, definido como o principal opositor do Kremlin e na prisão desde 2020.
Os colaboradores de Navalny definem Jirinovski como um membro do sistema de Putin, ao desempenhar uma função de opositor de fachada para justificar a existência de pluralismo político.
[Notícia atualizada às 15h37]
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