O anúncio acontece após uma série de medidas semelhantes na Europa, com os aliados da Ucrânia a intensificarem a pressão sobre Moscovo, após alegações de massacres de civis por tropas russas na região de Kyiv.
"Tropas russas mataram civis e atacaram instalações nucleares, o que constitui uma grave violação do direito internacional humanitário. Estes são crimes de guerra imperdoáveis", disse o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, durante uma intervenção transmitida pela televisão.
"Vamos proibir a importação de carvão russo. Adotaremos alternativas e vamos reduzir gradualmente as importações. Reduziremos a nossa dependência energética da Rússia", acrescentou o chefe do Governo japonês.
Em 2021, 11% das importações japonesas de carvão eram provenientes da Rússia, segundo dados do Ministério das Finanças do Japão.
O arquipélago japonês, que importa os seus combustíveis fósseis, foi em 2019 o terceiro maior país importador de carvão do mundo, atrás da China e da Índia, segundo a Agência Internacional de Energia.
O primeiro-ministro japonês disse ainda que o seu país, tal como as outras nações industrializadas do G7, vai tentar reduzir a sua dependência de outros hidrocarbonetos russos, nomeadamente petróleo e gás, mas sem apresentar um calendário.
Kishida anunciou mais sanções contra Moscovo, incluindo o congelamento de bens e a proibição de importação de máquinas industriais russas e de 'vodka', e garantiu que Tóquio apoiará o esforço internacional para levar o Presidente russo, Vladimir Putin, perante a justiça, ao abrigo de uma investigação do Tribunal Penal Internacional.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão anunciou já hoje a expulsão de oito diplomatas e funcionários da representação comercial russa no Japão.
O Japão, aliado próximo dos Estados Unidos, mantém relações complexas com a Rússia, não tendo assinado qualquer tratado de paz com Moscovo, após a Segunda Guerra Mundial, alegando uma disputa sobre quatro pequenas ilhas.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.626 civis, incluindo 132 crianças, e feriu 2.267, entre os quais 197 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,3 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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