"Devido ao princípio de reciprocidade, 45 funcionários da embaixada polaca e dos seus consulados gerais em Irkutsk, Kaliningrado e São Petersburgo foram declarados 'persona non grata'", pode ler-se na declaração publicada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros russo.
Estes diplomatas terão de abandonar a Rússia até ao dia 13 de abril, segundo a mesma fonte.
No final de março, a Polónia anunciou a expulsão de "45 espiões russos que se fizeram passar por diplomatas", no contexto da ofensiva russa na Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro.
Esta medida mostra um "desejo consciente por parte de Varsóvia de destruir definitivamente as relações bilaterais", denunciou hoje a diplomacia russa.
Muitos países europeus, como França, Alemanha, Itália, Espanha, Eslovénia, Áustria, Grécia e Portugal, assim como os Estados Unidos, anunciaram nos últimos dias a expulsão de centenas de diplomatas e funcionários russos dos respetivos territórios na sequência da invasão da Ucrânia.
Moscovo deverá retribuir, já que ainda hoje anunciou também a expulsão de dois diplomatas búlgaros.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.626 civis, incluindo 132 crianças, e feriu 2.267, entre os quais 197 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,3 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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