Cerca de 67 corpos foram enterrados numa vala comum em Bucha

O gabinete da procuradora-geral ucraniana Iryna Venediktova disse hoje que foram enterrados cerca de 67 corpos numa vala comum perto de uma igreja em Bucha, na região administrativa de Kiev, onde foram descobertos dezenas de cadáveres nos últimos dias.

Notícia

© REUTERS/Zohra Bensemra

Lusa
08/04/2022 23:51 ‧ 08/04/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

Iryna Venediktova adiantou hoje que, até ao momento, foram localizados 18 corpos, 16 com ferimentos de bala e dois com ferimentos de bala e estilhaços. Dois eram mulheres e os restantes eram homens, atentou.

"Isto significa que eles [russos] mataram civis, dispararam sobre eles", disse procuradora-geral, falando enquanto trabalhadores retiravam os cadáveres sob uma chuva forte. Sacos de cadáveres pretos foram colocados em filas na lama.

O gabinete do procurador-geral está a investigar as mortes e outras baixas em massa com civis, como possíveis crimes de guerra.

A autoridade disse ainda que a União Europeia (UE) também está envolvida na investigação.

No passado fim de semana, foram encontrados em Bucha centenas de civis mortos nas ruas e em valas comuns, após a retirada dos militares russos.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.626 civis, incluindo 132 crianças, e feriu 2.267, entre os quais 197 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,3 milhões para os países vizinhos.

Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: Ursula von der Leyen em Bucha. "Vimos toda a frieza do exército de Putin"

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