Iryna Venediktova adiantou hoje que, até ao momento, foram localizados 18 corpos, 16 com ferimentos de bala e dois com ferimentos de bala e estilhaços. Dois eram mulheres e os restantes eram homens, atentou.
"Isto significa que eles [russos] mataram civis, dispararam sobre eles", disse procuradora-geral, falando enquanto trabalhadores retiravam os cadáveres sob uma chuva forte. Sacos de cadáveres pretos foram colocados em filas na lama.
O gabinete do procurador-geral está a investigar as mortes e outras baixas em massa com civis, como possíveis crimes de guerra.
A autoridade disse ainda que a União Europeia (UE) também está envolvida na investigação.
No passado fim de semana, foram encontrados em Bucha centenas de civis mortos nas ruas e em valas comuns, após a retirada dos militares russos.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.626 civis, incluindo 132 crianças, e feriu 2.267, entre os quais 197 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,3 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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