A vice-primeira-ministra da Ucrânia, Irina Vereshchuk, disse que na sexta-feira 5.158 cidadãos usaram os seus próprios meios de transporte para chegar à cidade de Zaporijia, através do corredor humanitário de Mariupol e Berdyansk.
Segundo um comunicado, 1.614 eram civis de Mariupol, 3.544 de regiões de Zaporijia e 1.507 de outras cidades.
Vereshchuk garantiu que hoje "vão continuar os trabalhos no corredor humanitário para Mariupol e as cidades bloqueadas da região de Zaporijia, bem como a retirada de pessoas das cidades da região de Lugansk".
Em relação aos oito autocarros apreendidos pelas forças russas em Melitopol, a vice-primeira-ministra destacou que as autoridades estão "a negociar para que esses autocarros sejam devolvidos e dar uma oportunidade, de acordo com os acordos, de retirar os moradores locais".
Os acordos "permitem cooperação com o poder ocupante (chamemos-lhe assim), decidir quem deve ir para onde e quem não deve, onde recolher a ajuda humanitária, quando apreender autocarros na estrada onde funciona o corredor humanitário", lamentou Vereshchuk.
A vice-primeira-ministra acrescentou que os corredores foram criados de acordo com o direito humanitário.
"Tudo o que seja feito durante a operação e a vigência desse corredor pode ser considerado uma grave violação do direito internacional", disse Vereshchuk.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.626 civis, incluindo 132 crianças, e feriu 2.267, entre os quais 197 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,3 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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