Retirada de civis em Kramatorsk prossegue após ataque a estação

Um dia após o bombardeamento de uma estação ferroviária em Kramatorsk, no leste da Ucrânia, continuam a ser retirados desta cidade várias dezenas de civis que sobreviveram ao ataque, relata a agência AFP.

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Lusa
09/04/2022 13:56 ‧ 09/04/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia

O ataque a esta estação de comboios, ocorrido na sexta-feira, matou pelo menos 52 pessoas, incluindo oito crianças, e feriu 109, de acordo com a mais recente avaliação feita pelas autoridades ucranianas locais.

Este sábado, segundo jornalistas da AFP, vários autocarros e carrinhas estavam a transportar dezenas dos sobreviventes do ataque, que passaram a noite numa igreja protestante no centro da cidade de Kramatorsk.

Na igreja foram colocados colchões, para os refugiados, e esta manhã foi preparado um pequeno-almoço.

Na sexta-feira, após o ataque, entre 300 a 400 pessoas tentaram refugiar-se dentro deste edifício, segundo um dos membros da igreja, citado pela agência francesa de notícias.

"As pessoas ficaram traumatizadas. Metade correu para se refugiar na cave e outros queriam sair o mais rapidamente possível. Alguns foram retirados durante a tarde de autocarro. No final, ficaram perto de 80 pessoas e levei também sete para minha casa", contou Yevgen.

As autoridades de Donetsk e Lugansk, duas cidades do leste da Ucrânia, perto da fronteira com a Rússia, têm feito vários apelos aos civis para que abandonem esta área, na região de Donbass.

Para o efeito foram disponibilizados vários comboios e autocarros.

Apesar de a estação estar localizada num território controlado pelo governo ucraniano, no Donbass, a Rússia acusou a Ucrânia da autoria do ataque, refere a Associated Press.

Especialistas ocidentais rejeitaram, contudo, as afirmações do porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov, de que as forças russas "não usam" o tipo de míssil que atingiu a estação de comboios.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.626 civis, incluindo 132 crianças, e feriu 2.267, entre os quais 197 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,3 milhões para os países vizinhos.

Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: UE "consternada" quer responsáveis por crimes de guerra a prestar contas

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