O Executivo da União Europeia está a elaborar propostas para aplicar um embargo petrolífero do bloco europeu à Rússia, disseram, esta segunda-feira, os ministros dos Negócios Estrangeiros da Irlanda, da Lituânia e dos Países Baixos, embora ainda não exista um acordo para proibir a importação de crude russo.
De acordo com a Reuters, o ministro dos Negócios Estrangeiros irlandês, Simon Coveney, disse, à chegada a uma reunião com os seus homólogos do bloco europeu no Luxemburgo, que a entidade está "agora a trabalhar para garantir que o petróleo irá fazer parte do próximo pacote de sanções" a aplicar à Rússia.
"A União Europeia está a gastar centenas de milhões de euros na importação de petróleo da Rússia, o que está certamente a contribuir para financiar esta guerra. Precisamos de cortar esse financiamento... quanto mais cedo isso puder acontecer, melhor", acrescentou Simon Coveney.
Como reporta a Reuters, os seus homólogos holandeses e lituanos também disseram estar abertos a trabalhar no sentido de se encontrarem formas para restringir a compra de petróleo russo, que corresponde a cerca de um quarto das importações de crude da União Europeia, como forma de sancionar a Rússia pela invasão sobre a Ucrânia.
"Estamos a analisar todas as outras [sanções], incluindo a energia", referiu, a este propósito, o ministro dos Negócios Estrangeiros holandês, Wopke Hoekstra. Uma posição que foi sustentada pelo chefe da política externa da União Europeia, Josep Borrell, que disse que um embargo petrolífero por parte do Bloco Europeu deve acontecer "mais cedo ou mais tarde".
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia discutem hoje, no Luxemburgo, a aplicação de um sexto pacote de sanções à Rússia, face à sua agressão militar contra a Ucrânia. Possíveis suspensões às compras de petróleo e de gás provenientes da Rússia encontram-se, precisamente, entre os temas que mais dividem os 27 Estados-membros.
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