A Alemanha voltou a reafirmar a existência de crimes de guerra e contra a humanidade pelos russos na Ucrânia, com a principal diplomata a considerar, esta segunda-feira, que existem "indícios massivos" da existência de crimes.
A ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock, afirmou numa reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, no Luxemburgo, que foi aberta uma investigação pela diplomacia do país.
"Temos indícios massivos de crimes de guerra contra a humanidade, pelo que foram abertas investigações. No final, os tribunais vão decidir mas, para nós, é crucial garantir todas as provas para processar estes crimes", disse Annalena Baerbock.
A principal diplomata alemã também comentou o debate na União Europeia pelo fim da dependência da comunidade europeia no gás natural e no petróleo russos, no qual a Alemanha tem preferido uma abordagem mais transitória, em vez de um corte completo.
"No governo federal alemão, já deixamos claro que irá haver um fim gradual dos combustíveis fósseis, começando pelo carvão, depois petróleo e gás. E para que isto possa ser implementando juntamente com a União Europeia, precisamos de um plano conjunto e coordenado para terminar completamente com os combustíveis fósseis na União Europeia", argumentou a governante.
A União Europeia já fechou as portas ao carvão russo, aprovando um embargo às importações de carvão no quinto pacote de sanções adotado pela comunidade europeia.
Quanto a outros recursos naturais, a UE quer fechar a torneira ao petróleo e ao gás natural vindos da Rússia, e Portugal é um dos países a aprovar um embargo, mas a Áustria e a Alemanha, por exemplo, são muito dependentes destes recursos.
A guerra na Ucrânia, que levou à imposição de várias sanções contra o regime russo - tornando-o no país mais sancionado do mundo - já matou cerca de 1.800 pessoas civis, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU). No entanto, a ONU adverte que o número real de baixas civis poderá ser muito superior, dadas as dificuldades em contabilizar os mortos em cidades bombardeadas e cercadas pelos russos.
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