"O orçamento familiar ou a capacidade de abastecimento de combustível, nada disso deve depender de um ditador declarar guerra e cometer genocídio no outro lado do mundo", salientou o chefe de Estado norte-americano, citado pela agência France-Presse (AFP).
Anteriormente, o governante norte-americano tinha referido que não acreditava que as ações da Rússia na Ucrânia representassem um genocídio, como têm vindo a defender as autoridades ucranianas, classificando-as como "crimes de guerra".
Biden falava durante uma viagem ao Estado de Iowa, dedicada à luta contra a inflação que atinge os Estados Unidos.
A escalada dos preços para os consumidores atingiu em março o ritmo mais rápido desde dezembro de 1981, com 8,5% em relação ao mesmo mês de 2021, segundo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) revelado hoje pelo Departamento do Trabalho.
A taxa de inflação foi a mais alta desde dezembro de 1981. Em fevereiro, a inflação homóloga tinha ficado em 7,9%, segundo o índice de preços no consumidor publicado hoje pelo Departamento do Trabalho.
O mês de março é o primeiro a integrar os efeitos da guerra na Ucrânia, que começou nos últimos dias de fevereiro.
Joe Biden lamentou o aumento adicional da inflação causado pela invasão russa da Ucrânia.
E assegurou que "70% do aumento de preços em março vem do aumento do preço da gasolina [Vladimir] Putin".
O Departamento do Trabalho realçou em comunicado que "o índice da gasolina subiu 18,3% em março (em relação a fevereiro) e foi responsável por mais de metade do aumento geral de preços num mês".
"A invasão da Ucrânia por Putin aumentou os preços da gasolina e dos alimentos em todo o mundo", salientou o democrata.
A oposição republicana tem sido crítica com a atuação do governo norte-americano, acusando Joe Biden de ter uma política económica que alimenta a inflação.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de 4,5 milhões das quais para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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[Notícia atualizada às 22h51]