Volodymyr Zelensky, presidente ucraniano, acusou Moscovo de utilizar bombas de fósforo branco na ofensiva militar na Ucrânia, naquilo que considerou tratar-se de táticas terroristas contra os civis ucranianos, cita a Reuters.
“As operações militares russas na Ucrânia são um claro terror contra a população civil”, disse, em declarações ao parlamento da Estónia, esta quarta-feira.
O chefe de estado ucraniano apelou ainda à continuação das sanções contra a Rússia, que alegou ser a única forma de obrigar o país a ceder a um acordo de paz.
“As sanções contra a Rússia têm de continuar, é o único instrumento que poderá forçar a Rússia num caminho para a paz”, reiterou, à semelhança das afirmações que proferiu diante de vários outros parlamentos a nível mundial.
O presidente salientou, uma vez mais, que a Ucrânia deve obter o estatuto de país candidato à União Europeia (EU), declarando que a Rússia só poderá ser parada se os países trabalharem juntos.
“Só podemos parar a Rússia agindo juntos”, reforçou Zelensky, congratulando-se pela visita dos líderes políticos da Lituânia, Letónia, Estónia e da Polónia a Kyiv, agendada para esta tarde, um “sinal importante” do seu apoio para com a Ucrânia.
Apesar de a Rússia ter negado qualquer violação do direito internacional, particularmente no que toca o uso de bombas de fósforo branco, - uma arma química ilegal, segundo a Convenção de Armas Químicas de 1997 -, acumulam-se os relatos por parte das forças ucranianas.
Foi o caso do presidente da Câmara de Irpin, Oleksandr Markushyn, que denunciou que o exército russo tinha usado esta arma perto daquela cidade e Gostomel, na região metropolitana de Kyiv.
Também Oleksi Bilochytsky, chefe da polícia da cidade de Popasna, a 100 quilómetros a oeste de Lugansk, no leste da Ucrânia, fez acusações semelhantes.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já matou quase dois mil civis, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
O conflito causou também a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de 4,5 milhões das quais para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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