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Governo libanês ordena demolição dos silos de cereais do porto de Beirute

O Líbano ordenou, esta quinta-feira, a destruição dos silos de cereais no porto de Beirute, que correm o risco de ruir, um ano e meio depois de uma explosão ter devastado o local.

Governo libanês ordena demolição dos silos de cereais do porto de Beirute
Notícias ao Minuto

16:48 - 14/04/22 por Lusa

Mundo Beirute

O governo "deu instruções ao Conselho de Desenvolvimento e Reconstrução para supervisionar a destruição dos silos de cereais", disse o ministro da Informação, Ziad Makary, após uma reunião de gabinete, sem especificar a data para a demolição.

A decisão de destruir os silos, tomada em março, foi baseada num relatório técnico apresentado por uma empresa local de consultoria de engenharia.

Segundo Makary, o relatório aponta que os silos são "suscetíveis de entrar em colapso dentro de poucos meses" e podem, por isso, representar "um perigo".

Em abril de 2021, a empresa suíça Amann Engineering, que examinou os silos após a explosão no porto de Beirute, já tinha recomendado a sua destruição devido ao risco de colapso.

A explosão em 04 de agosto de 2020 de várias centenas de toneladas de nitrato de amónio, armazenadas durante anos no porto da capital libanesa "sem medidas de precaução", segundo as próprias autoridades, matou mais de 200 pessoas e destruiu bairros inteiros de Beirute.

Os silos de grãos, de 48 metros de altura e com uma capacidade de armazenamento superior a 100.000 toneladas, foram atingidos pela explosão e colapsaram parcialmente.

Um coletivo de familiares das vítimas apelou a uma manifestação hoje à tarde junto ao porto, por considerar "injusta" a decisão do governo.

Em março, o mesmo grupo pediu a preservação dos silos, que dizia serem testemunhas do "massacre".

Segundo Makary, o governo pediu aos Ministérios da Cultura e do Interior que "erguessem [no porto] um monumento aos mártires" da explosão.

A investigação sobre a explosão está suspensa há meses. Acusadas de negligência criminosa, as autoridades foram também criticadas pelas famílias das vítimas e por organizações não-governamentais por tentarem sabotar a investigação para evitar acusações.

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