Através de uma carta, Putin exige propriedade de igreja em Jerusalém

O chefe de estado russo enviou uma carta ao primeiro-ministro israelita com o argumento de que a transferência da igreja é uma promessa do seu antecessor, Benjamin Netanyahu.

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Notícias ao Minuto
18/04/2022 15:47 ‧ 18/04/2022 por Notícias ao Minuto

Mundo

Ucrânia/Rússia

Numa carta endereçada ao primeiro-ministro israelita, Naftali Bennett, o presidente russo, Vladimir Putin, exigiu a transferência da propriedade da Igreja Alexander Nevsky, na Cidade Velha de Jerusalém, justificando tratar-se de uma promessa do seu antecessor, Benjamin Netanyahu, que ainda está por cumprir.

Citado pela Efe, o portal Ynet adianta que a carta terá sido enviada no domingo à noite, recordando a promessa de Netanyahu quanto à transferência do templo, também conhecido como a Catedral da Santíssima Trindade, que está sob a tutela da Igreja Ortodoxa russa em Jerusalém. A proposta remonta a 2020, após a libertação da israelita Naama Isachar de uma prisão russa, onde cumpria pena por posse de cannabis.

A Rússia controla a propriedade do local desde 1890, uma vez que, durante o Império Otomano, reconheceu-se que pertencia ao “glorioso reino russo”. Apesar desse ‘reino’ já não existir, Moscovo recorreu à justiça em 2017 com base nessa declaração, alegando titularidade sobre a igreja.

Por sua vez, Netanyahu decidiu em 2020 que a disputa não poderia ser resolvida nos tribunais por se tratar de um "lugar sagrado", ordenando que o governo russo fosse registado como proprietário.

Contudo, o governo de Bennett devolveu essa decisão ao Supremo Tribunal, que suspendeu o reconhecimento final da propriedade russa e estabeleceu um comité para determinar a titularidade do lugar.

O pedido de Putin surge num momento de mal-estar russo no que toca a posição de Israel quanto ao conflito na Ucrânia, já que, após se ter mostrado neutro no início da invasão, o país condenou o massacre de civis em Bucha e apoiou a decisão de suspender a Rússia do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU).

Leia Também: Charles Michel exorta a respeito pelos locais sagrados em Jerusalém

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