Ucrânia. Ex-primeira-ministra diz que com Putin "a Europa está em perigo"

A ex-primeira-ministra ucraniana Yulia Tymoshenko, líder da Revolução Laranja de 2004, afirmou hoje que o presidente russo, Vladimir Putin, "está a cruzar muitas linhas vermelhas" na Ucrânia, o que coloca a Europa "em perigo".

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Lusa
19/04/2022 08:41 ‧ 19/04/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

"A estratégia de Putin é atacar a cidade mais ocidental. Com a guerra, muitas embaixadas mudaram-se para lá, e ele pretende atingir estrangeiros também. São mísseis apontados para o mundo inteiro, essa é a forte mensagem que está a enviar", disse hoje em entrevista ao diário italiano "Republica".

Tymoshenko, 61 anos, que foi chefe de governo por dois mandatos entre 2005 e 2010 sob a presidência de Victor Yushchenko, apoia fortemente o atual presidente, Volodymyr Zelensky, após a invasão russa.

"Putin é um bárbaro e fascista que incentivou a eliminação de idosos, mulheres e crianças. (...). Alguns pensam que ele é louco, eu não acho. Tem uma mente racional e cínica. Por trás do seu comportamento há um núcleo sombrio, algo que vem da Idade Média mais sombria", disse.

De acordo com Tymoshenko, a missão de Putin "é conquistar a Ucrânia".

"Portanto, este é o momento da verdade: deixá-lo fazer ou detê-lo. Mas a vitória não depende apenas da Ucrânia. Os líderes dos países democráticos devem estar unidos contra ele", enfatizou, lembrando que em 2008, quando era primeira-ministra, Putin atacou a Geórgia.

Segundo Tymoshenko, "Putin quer voltar às antigas fronteiras, não as da União Soviética, mas as do império russo",

"Ele quer aumentar o território e a Ucrânia é apenas o primeiro passo. Ele quer a posse e o controle da uma parte importante do que chamamos de Estados Unidos da Europa", que "no futuro poderá tornar-se uma prisão", sublinhou.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de cinco milhões das quais para os países vizinhos.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: Autoridades de Mariupol denunciam bombardeamento na fábrica de Azovstal

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