A penalização inerente ao estatuto de "nação mais favorecida" é a última medida de Tóquio contra Moscovo e estava incluída na lista das sanções defendidas pelo primeiro-ministro, Fumio Kishida, no final do mês de março.
Outra das medidas foi a expulsão de oito diplomatas, incluindo responsáveis comerciais, da embaixada da Rússia que abandonaram hoje a capital japonesa.
A revogação do estatuto de "nação mais favorecida" aprovada hoje pelo Parlamento, combinada com outras sanções internacionais pode intensificar a pressão contra a Rússia, mas também pode suscitar uma resposta por parte do Kremlin.
A mudança relativa aquele estatuto tem efeitos diretos na aplicação de tarifas às importações russas, permitindo a Tóquio impor taxas a vários produtos.
A mesma medida foi decidida pelos Estados Unidos e outros países do G7.
A decisão do parlamento também inclui a revisão da legislação sobre trocas comerciais que restringem igualmente a transferência de moedas virtuais detidas por entidades (russas) que viram os bens congelados no Japão.
O Japão está a assumir um papel mais ativo no esforço internacional contra a Rússia também devido a preocupações com o impacto da invasão no leste da Ásia, onde as forças armadas da China se tornaram cada vez mais assertivas, segundo a agência noticiosa norte-americana Associated Press.
O governo de Tóquio congelou bens de centenas de cidadãos russos e empresas da Rússia, tendo proibido novos investimentos e transações comerciais incluindo a exportação de bens que podem ser usados para fins militares.
Por outro lado, o Japão tem sido alvo de represálias por parte do Kremlin.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de cinco milhões das quais para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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