As autoridades "sabem perfeitamente quais são os nossos pedidos", disse aos jornalistas o ministro, que chegou segunda-feira à noite à capital da Bulgária após uma viagem de carro que demorou 20 horas.
"Quando estamos em guerra, precisamos de tudo, desde balas a aviões de combate", acrescentou o chefe da diplomacia ucraniana.
Membro da União Europeia e da NATO, a Bulgária fabrica munições, mísseis, armas ligeiras e possui aviões MiG-29 de tecnologia soviética.
Mas os socialistas do PSB, que fazem parte da coligação no poder, opõem-se firmemente a que o país, tradicionalmente próximo de Moscovo, dê ajuda militar à Ucrânia.
A líder desse partido e ministra da Economia, Kornelia Ninova, que controla as licenças de exportação de armas, tem dito repetidamente que enquanto estiver no governo, "nem um prego" será exportado para a Ucrânia.
"Respeitamos a situação política na Bulgária e deixamos o parlamento e o governo decidirem como e quando ajudar a Ucrânia", referiu Kuleba.
"Mas repito: todos aqueles que estão relutantes, que se manifestam contra o fornecimento de armas e outros equipamentos militares à Ucrânia, apoiam a agressão russa e o assassinato dos nossos cidadãos", sublinhou.
Durante a sua visita, o chefe da diplomacia ucraniana reuniu-se com o Presidente búlgaro Rumen Radev, também ele cético quanto ao envio de ajuda, e com o primeiro-ministro, Kiril Petkov.
A Ucrânia continua a apelar à NATO e aos europeus para que acelerem a sua ajuda, à medida que as tropas russas intensificam a sua ofensiva no Leste e sul do país.
Kuleba instou de novo a Europa a deixar de comprar petróleo e gás russos. "Ajudar a Ucrânia enquanto paga à Rússia equivale a de um lado salvar-nos e do outro financiar a máquina militar russa que nos está a matar", afirmou.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de cinco milhões das quais para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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