O acordo foi assinado no Ministério das Relações Exteriores, em Luanda, pelo ministro angolano dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, e pelo ministro italiano da Transição Energética, Roberto Cingolani, que substituiu o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, depois de este ter anunciado o cancelamento da viagem por testar positivo à covid-19.
Após a assinatura dos documentos, os chefes da diplomacia dos dois países realçaram a importância deste passo, no âmbito da cooperação energética.
Luigi di Maio, ministro italiano dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação Internacional, destacou o empenho do seu governo em diversificar as fontes de abastecimento de energia e diminuir a dependência da Rússia, pelo que espera vir a contar com mais gás angolano e desenvolver projetos de descarbonização com parceiros angolanos.
Salientou a cooperação italiana com Angola, incluindo no domínio da iniciativa COVAX de combate à covid-19, mas assinalou que espera também promover as relações comerciais e atrair para Angola mais empresas italianas que possam ajudar a diversificar a atividade económica, em linha com as estratégias do executivo angolano.
O governante italiano abordou também os efeitos da agressão russa sobre a segurança alimentar do continente africano, que disse estar seriamente comprometida, sobretudo no que concerne o fornecimento de trigo.
"Os efeitos devastadores deste conflito tocam a todos", sublinhou.
O seu homólogo angolano, Téte António, reconheceu também o impacto do conflito entre a Rússia e a Ucrânia na comunidade internacional.
"Respeitando a posição soberana de cada um dos Estados, olhamos para um denominador comum que são as consequências do conflito" que são "multifacetadas" e sobre as quais deve ser "focalizada a cooperação" para que não se agrave a situação de crise, disse o ministro das Relações Exteriores de Angola.
Adiantou ainda que será realizado um fórum de negócios para "aprofundar a relação" e facilitar o intercâmbio de experiências com as empresas italianas e angolanas.
Itália tem Angola como o seu terceiro parceiro em África, depois da África do Sul e da Nigéria, e tem vindo a incentivar o investimento italiano no país, onde está atualmente presente sobretudo no setor dos petróleos, através da Eni.
A Itália, que importa cerca de 95% do gás que consome, é um dos países europeus mais dependentes do gás russo, que representa 45% das suas importações de gás.
Após a invasão russa da Ucrânia e as sanções ocidentais impostas a Moscovo, o governo italiano lançou uma vasta ofensiva diplomática para diversificar as suas fontes de energia.
Leia Também: EUA anunciam sanções contra rede de empresas chefiada por oligarca russo