A secretária de Estado adjunta dos Estados Unidos, Wendy Sherman, explicou esta quinta-feira que a Rússia não está a conseguir atingir os objetivos definidos para a sua invasão sobre território ucraniano e que as sanções aplicadas pelo Ocidente explicam, em grande parte, essa realidade.
"O que pretendemos aqui é um fracasso estratégico para Vladimir Putin e para o Kremlin. E acredito que isso já está a acontecer, que não importa o que aconteça... a Ucrânia vai sobreviver", referiu a secretária de Estado adjunta, aqui citada pela Reuters, no contexto de um evento do grupo de reflexão 'Friends of Europe', em Bruxelas.
Embora não fornecendo elementos específicos que comprovassem as suas afirmações, Sherman destacou a importância que tiveram as sanções económicas e os controlos sobre as exportações que têm sido impostos pelos Estados Unidos e pelos restantes países aliados, na sequência da investida militar russa.
"Putin enfrenta um fracasso estratégico devido às sanções que foram aplicadas, devido ao impacto a longo prazo que isto terá", assegurou a governante. A verdade é que, graças à aplicação destas medidas, a Rússia foi 'empurrada' para aquela que se configura como a maior crise económica desde a queda da União Soviética, em 1991.
"Temos centenas de empresas americanas, literalmente, que deixaram a Rússia, e que não estão a regressar. [...] Haverá um fracasso estratégico. Putin tornou-se um pária no mundo", apontou a secretária de Estado adjunta norte-americana.
Sherman assegurou também que se a União Europeia decidisse impor sanções no que toca à importação do petróleo e gás russos, os Estados Unidos procurariam evitar qualquer aumento de preços que fosse benéfico para as finanças da Rússia.
Wendy Sherman disse ainda esperar que a adoção destas medidas coordenadas pelos países aliados sirva para que a China tome nota da unidade ocidental.
De acordo com Moscovo, a invasão sobre a Ucrânia trata-se de uma "operação militar especial" de natureza "essencial" para garantir a segurança russa. Neste âmbito, o Kremlin rejeita ainda as acusações ocidentais de atrocidades e o bombardeamento indiscriminado de cidades.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, das quais mais de cinco milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que refere ainda que esta se trata da pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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