Siderúrgica de Azovstal continua a ser bombardeada por tropas russas

O Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano assegura que o exército do país "continua a lutar" em Mariupol e que os civis escondidos "não confiam nas tropas russas".

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© Leon Klein/Anadolu Agency via Getty Images

Márcia Guímaro Rodrigues
21/04/2022 17:16 ‧ 21/04/2022 por Márcia Guímaro Rodrigues

Mundo

Guerra na Ucrânia

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia revelou esta quinta-feira que o “exército ucruaniano continua a lutar” na cidade sitiada de Mariupol e que a siderúrgica de Azovstal está “constantemente a ser bombardeada pela Rússia”.

Numa publicação na rede social Twitter, o ministério tutelado por Dmytro Kuleba sublinha que “os ucranianos não confiam nas tropas russas” e “têm medo de serem deportados ou mortos”.

“O exército ucraniano continua a lutar na sitiada Mariupol, arruinada por pesados bombardeamentos russos. A situação em Azovstal é desesperante. Centenas de civis, crianças e defensores ucranianos feridos estão presos em abrigos de fábricas. Quase não têm comida, água e remédios essenciais”, lê-se.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou ontem, no seu balanço diária da invasão russa, que cerca de mil civis, "maioritariamente mulheres e crianças”, estão escondidos na siderúrgica de Azovstal e mostrou-se disponível para trocar prisioneiros de guerra russos pela abertura de um corredor humanitário em Mariupol.  Já esta quinta-feira, o governo ucraniano defende que “é necessário um corredor humanitário urgente na fábrica de Azovstal com garantias de que as pessoas estarão seguras”.

E acrescenta: “A Rússia é responsável pelos seus crimes de guerra. As suas autoridades sabem que eles [militares russos] matam civis. A Rússia arruinou Mariupol. Os invasores mataram e torturaram milhares de civis. Eles agem como terroristas. A Rússia deve parar os seus crimes de guerra e enfrentar consequências, sanções mais rigorosas, mais isolamento”.

Por outro lado, Oleksiy Arestovych, conselheiro presidencial, afirmou hoje que as forças russas são "fisicamente incapazes" de tomar o complexo siderúrgico.

Comentando o anúncio do ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, que dava conta que as forças armadas russas tinham tomado Mariupol, restando apenas uma bolsa de resistência no complexo Azovstal, Arestovych frisou: "Isso indica que os russos são fisicamente incapazes de tomar Azovstal. A dificuldade pode ser explicada pelo facto de que algumas das suas tropas terem sido enviadas para norte, para melhorar as posições da Rússia nessa região e alcançar o objetivo principal, que são as fronteiras administrativas da região de Donetsk e da região de Lugansk".

Face à situação humanitária na cidade, o chefe da delegação de negociadores ucranianos, David Arakhamia, anunciou que está pronto para viajar até Mariupol para iniciar uma nova ronda de negociações. A proposta já tinha sido anunciada ontem pelo conselheiro presidencial e negociador Mykhailo Podolyak, que se mostrou disponível para um “ronda especial de negociações”.

Ao 57.º dia, a ofensiva militar russa na Ucrânia já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

Leia Também: AO MINUTO: Rússia não respondeu a Guterres; "Vida pacífica" em Mariupol?

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