Conselheiro da ONU para os refugiados pede diálogo nos conflitos atuais

O conselheiro do Alto Comissariado para os Refugiados da Organização das Nações Unidas (ACNUR), Athar Sultan-Khan, apelou hoje, num evento promovido em Mafra, ao diálogo entre as partes envolvidas nos conflitos existentes no mundo.

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Lusa
21/04/2022 19:49 ‧ 21/04/2022 por Lusa

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Conflitos

"A diplomacia e o diálogo são as únicas garantias de paz para que as pessoas possam regressar a casa", afirmou Athar Sultan-Khan, numa intervenção presencial no encontro II Mafra Dialogues, que contou com a tradução simultânea de inglês para português na transmissão 'online'.

O conselheiro do ACNUR alertou que "há falta de confiança na forma de [as partes] iniciarem o diálogo", apelando por isso à necessidade de se entender as "diferenças" entre povos e nações e de se "evitar pontos de fricção".

Para tal, considerou que é necessário entender as "diferenças" entre povos e nações, dando o exemplo das culturais e históricas.

Por outro lado, disse que é importante "trabalhar no campo e não por detrás de muros ou de arame farpado", privilegiando o diálogo "cara a cara" em detrimento da diplomacia cibernética.

O responsável defendeu ainda que a "ONU deveria criar uma força para ser usada em casos extremos".

A Rússia não tem ainda uma resposta ao pedido do secretário-geral da ONU, António Guterres, para se reunir em Moscovo com as autoridades do país sobre a situação na Ucrânia, informou hoje a Presidência russa.

Na terça-feira, Guterres enviou cartas aos Presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pedindo-lhes para ser recebido em visitas a Moscovo e a Kyiv.

Nas cartas, o secretário-geral da ONU lembra que tanto a Rússia como a Ucrânia são membros fundadores da ONU e que "sempre deram um apoio sólido à organização", avisando que vivemos "em tempos de grande perigo".

Guterres diz ainda que gostaria de discutir "medidas urgentes para trazer a paz à Ucrânia".

Esta semana, o secretário-geral da ONU propôs à Rússia e à Ucrânia que declarassem uma "trégua de Páscoa" de quatro dias (referindo-se à Páscoa ortodoxa).

A Ucrânia apoiou a iniciativa de declarar uma "pausa humanitária" e assim ajudar a retirar civis das áreas mais afetadas pelos combates.

Contudo, as milícias pró-Rússia na região do Donbass (leste ucraniano) duvidam da eficácia da medida e acusaram Kyiv de quebrar tréguas anteriores, durante os oito anos de conflito na região.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, mais de cinco milhões das quais para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU -- a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: Ucrânia. Espanha anuncia envio de 200 toneladas de material militar

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