O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, revelou esta quinta-feira que a Rússia se recusou a estabelecer um cessar-fogo temporário durante a Páscoa ortodoxa, que começou a ser assinalada hoje. O apelo a uma trégua de quatro dias nos combates devido à data religiosa foi feito pelo Papa Francisco e pelo secretário-geral da ONU, António Guterres.
“Infelizmente, a Rússia rejeitou a proposta de estabelecer uma trégua”, afirmou, na rede social Facebook, o presidente ucraniano, que considera que a posição da Rússia “mostra muito bem como os líderes deste Estado tratam realmente a fé cristã”.
“Mas mantemos a esperança. Esperança pela paz, esperança que a vida vença a morte”, assinalou.
Na terça-feira, o secretário-geral da ONU pediu uma trégua, coordenada com o Comité Internacional da Cruz Vermelha, e explicou que a pausa teria como principais objetivos a retirada de civis e a entrega de ajuda humanitária às populações "mais atingidas" do leste da Ucrânia, principalmente em Mariupol, Kherson, Donetsk e Lugansk. "Estou a pedir uma pausa humanitária de quatro dias na Semana Santa, começando na quinta-feira santa e indo até ao domingo de Páscoa, 24 de abril, para permitir a abertura de uma série de corredores humanitários", apelou.
Já ontem, o Papa Francisco juntou-se ao apelo de Guterres. "Sabendo que nada é impossível para Deus, pedimos ao Senhor que as pessoas presas nas zonas de guerra sejam retiradas e que a paz seja restaurada em breve", afirmou o Vaticano em comunicado.
Ao 57.º dia, a ofensiva militar russa na Ucrânia já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
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