Venezuela está preparada para resistir ao efeito das sanções à Rússia

O Presidente Nicolás Maduro, disse hoje que a Venezuela está preparada para enfrentar as consequências das sanções internacionais contra a Rússia, que estarão a produzir um efeito "bumerangue" nas economias dos Estados Unidos e da Europa.

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Lusa
22/04/2022 06:38 ‧ 22/04/2022 por Lusa

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"Nós estamos a preparar-nos. Estamos preparados, posso dizer, para enfrentar o impacto do efeito bumerangue na economia ocidental e mundial, resultado das aberrantes sanções contra a economia russa", disse.

Nicolás Maduro falava à televisão estatal venezuelana, em Caracas, no âmbito de uma jornada de trabalho com membros do seu Governo, que teve como ponto central o fortalecimento da produção pecuária venezuelana.

"As sanções são aberrantes, mas há muita arrogância no Ocidente, muita arrogância. Essas sanções devem ser levantadas, assim como as sanções contra a Venezuela, Cuba, Nicarágua e todos os povos do mundo", frisou o governante.

Nicolás Maduro insistiu que "o conceito de sanções é aberrante", mostra que "a economia, a moeda, o dólar, os bancos internacionais, o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, não são neutros".

Também que mostra que "muitas das chamadas instituições multilaterais estão ao serviço da política, da ideologia, da luta de poder de quem está no poder nos Estados Unidos e na Europa".

Nicolás Maduro frisou ainda que os EUA e a Europa "utilizam o dólar para torcer os braços do mundo. E, utilizam o sistema bancário, que de dizerem que a economia é neutra, que não deveria interferir na política, que o mercado deveria regular tudo".

O político venezuelano frisou ainda que "são as decisões geopolíticas, ideológicas, dos blocos de poder do Ocidente contra o resto das potências emergentes".

"E, as sanções dos EUA contra a Rússia geraram um efeito bumerangue contra os povos do Ocidente, dos Estados Unidos e do mundo e está a afetar todos os povos. Veem-se protestos em massa, em diferentes países, sobre o preço do combustível, dos alimentos", disse.

Segundo Nicolás Maduro "o efeito bumerangue" é como "se alguém lançasse um míssil em Moscovo e devolvesse" contra quem o lançou.

Nesse sentido, questionou se "haverá alguém sensato nos EUA e na Europa, que pense que os efeitos se manterão ao longo do tempo e que com mais sanções geram mais efeitos negativos".

Por outro lado, segundo Nicolás Maduro a "Rússia em uma economia bastante estável" que se está "adaptando às sanções" e "é poderosa, uma das primeiras 10 economias do mundo".

O político venezuelano precisou que em março os EUA registaram a inflação mais alta dos últimos 40 anos, e que em Espanha foi a mais alta desde 1985.

Também que as sanções têm afetado o preço de produtos como o trigo, o óleo, a soja e o milho amarelo.

Segundo a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, o Governo venezuelano criou o "Plano Anti-Bumerangue para a Proteção do Povo Venezuelano" que passa por incentivar a produção nacional, manter os consumidores instruídos para combater a especulação e promover a produção de leguminosas e óleos.

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