O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, fez esta sexta-feira referência às declarações do general russo Rustam Minnekaiev, que davam conta que Moscovo pretende controlar o sul da Ucrânia para ter acesso a Transnístria, uma região separatista moldova.
O general Minnekaiev assegurou que “o controlo do sul da Ucrânia também inclui um corredor em direção à Transnístria, onde também se registam casos de opressão da população russófona”. Contudo, para Zelensky, “o território em que a Rússia deve cuidar dos direitos dos falantes de russo seja na própria Rússia. Onde não há liberdade de expressão, não há liberdade de escolha. Onde simplesmente não há direito de discordar. Onde a pobreza prospera e onde a vida humana é inútil. Na medida em que vierem até nós, vão à guerra para roubar pelo menos algo que se assemelhe a uma vida normal”.
No seu balanço diário da invasão russa da Ucrânia, publicado no site da presidência da Ucrânia, o presidente ucraniano sublinhou que a posição do comandante adjunto das forças do Distrito militar do Centro da Rússia “confirma o que já disse muitas vezes”: “A invasão russa da Ucrânia era só o início, eles querem capturar outros países”.
“É claro que nos defenderemos o quanto for necessário para quebrar essa ambição da Federação Russa. Mas todas as nações que, como nós, acreditam na vitória da vida sobre a morte devem lutar connosco. Eles têm de nos ajudar, porque somos os primeiros neste caminho. E quem é o próximo?”, questionou.
Na comunicação diária ao país, Zelensky pediu ainda aos ucranianos que se encontram em territórios “temporariamente ocupados” pelas tropas russas para “tentarem criar o maior número possível de problemas aos ocupantes”.
Ao 58.º dia, a ofensiva militar russa na Ucrânia já matou quase dois mil civis, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior. Há ainda mais de cinco milhões de refugiados.
Leia Também: AO MINUTO: Draghi pondera visitar Kyiv; Guterres em Moscovo dia 26