"Hoje, quando o mundo está dividido por conflitos e contradições, quando o ódio, o medo e a hostilidade se instalaram no coração de muitas pessoas, é especialmente importante não esquecer a vocação cristã e mostrar o verdadeiro amor pelo próximo, o único capaz de curar as feridas infligidas pelo mal e pela falsidade", lê-se na mensagem, citada pela agência espanhola Efe.
Kiril apelou à preservação da "unidade entre os cristãos ortodoxos" e a rezar pelo "triunfo de uma paz duradoura". "E que as feridas das divisões sejam curadas pela graça divina", concluiu.
A IOR apoiou anteriormente a "operação especial" russa na Ucrânia, o que, segundo especialistas, foi uma das razões para a suspensão do encontro entre Kiril e o Papa Francisco, que se realizaria no próximo mês de junho.
Ao mesmo tempo, Francisco disse numa entrevista ao jornal La Nación que a sua relação com Kiril, com quem se encontrou apenas uma vez em Havana, em 2016, é "muito boa".
"A nossa diplomacia entendeu que uma reunião dos dois neste momento poderia prestar-se a muitas confusões", explicou o pontífice sobre o motivo do cancelamento da nomeação com Kiril.
Questionado sobre as razões de não ter viajado para a Ucrânia como sinal de apoio àquele país, o papa Francisco afirmou que nas condições atuais não pode "fazer nada que ponha em risco objetivos mais elevados", como a possibilidade de se alcançar uma trégua ou "pelo menos, um corredor humanitário".
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
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