A Associação médica da Turquia, o União das ordens dos arquitetos e engenheiros, a Confederação dos sindicatos operários revolucionários e o "Solidariedade Taksim", plataforma que liderou os protestos do parque Gezi de Istambul em 2013, são algumas das organizações que aderiram à convocatória.
As manifestações, com a mais significativa prevista para a praça Taksim de Istambul, estão convocadas a partir das 19:00 locais (17:00 em Lisboa).
Em paralelo, o Conselho da Europa, que já iniciou um procedimento de sanções contra Ancara devido à sua recusa em cooperar neste caso, voltou a exigir hoje a libertação "sem demora" do mecenas e filantropo turco.
"Estou profundamente desiludido pela condenação a prisão perpétua (...) pronunciada por um tribunal de Istambul contra Osman Kavala", lamentou em comunicado Tiny Kox, presidente da Assembleia parlamentar do Conselho da Europa.
"O facto de ter passado cinco anos sob detenção provisória e ter sido condenado a prisão perpétua, na sequência de um processo judicial que se revelou constituir uma violação da Convenção europeia dos direitos humanos, é chocante", prosseguiu. "Kavala deve ser libertado sem demora".
Kavala, 64 anos e detido há quatro anos e meio, foi condenado no domingo a prisão perpétua por "tentativa de derrube do Governo", numa referência aos protestos de massas antigovernamentais de 2013, e que ocorreram no parque Gezi de Istambul.
Além de Kavala, os restantes sete acusados foram condenados a 18 anos de prisão pelo mesmo delito, informaram fontes da defesa nas redes sociais.
Todos os condenados são conhecidos intelectuais, onde se incluem advogados, cineastas e arquitetos.
As condenações desencadearam uma forte onda de indignação dentro e fora do país.
Vários governos ocidentais, incluindo os Estados Unidos, a França e a Alemanha, pediram à Turquia a libertação imediata de Kavala e dos restantes condenados.
Na Turquia, setores da oposição, artistas e defensores dos direitos humanos também se insurgiram contra a deliberação do tribunal, enquanto os círculos próximos do Governo e do Presidente Recep Tayyip Erdogan optaram pelo silêncio.
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