"A decisão da Gazprom de cortar o fornecimento de gás a alguns Estados-membros da União Europeia (UE) é outra medida unilateral agressiva da Rússia", escreveu Charles Michel na sua conta oficial na rede social Twitter.
Apontando que está em contacto com os primeiros-ministros polaco, Mateusz Morawiecki, e búlgaro, Kiril Petkov, o presidente do Conselho Europeu garante que os Estados-membros da UE manter-se-ão solidários enquanto não se libertarem totalmente da dependência da energia russa.
"Manter-nos-emos unidos e apoiar-nos-emos mutuamente ao mesmo tempo que eliminamos gradualmente as importações russas de energia", escreveu.
Hoje de manhã, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, já garantira que a UE "está preparada" para o corte de gás russo, pois tem trabalhado "para assegurar entregas alternativas e os melhores níveis de armazenamento possíveis em toda a UE", tendo os Estados-membros estabelecido planos de contingência.
"O anúncio pela Gazprom de que está a suspender unilateralmente a entrega de gás a clientes na Europa é mais uma tentativa da Rússia de utilizar o gás como instrumento de chantagem. Isto é injustificado e inaceitável e mostra mais uma vez a falta de fiabilidade da Rússia como fornecedor de gás, [mas] estamos preparados para este cenário", reagiu Von der Leyen.
O grupo russo Gazprom anunciou hoje que suspendeu todas as suas entregas de gás à Bulgária e à Polónia, dois países membros do bloco europeu por não terem feito o pagamento em rublos.
Em comunicado, a Gazprom disse que notificou a empresa búlgara Bulgargaz e a empresa polaca PGNiG da "suspensão das entregas de gás a partir de 27 de abril e até que o pagamento seja feito em rublos".
A petrolífera estatal russa Gazprom já tinha avançado com a suspensão do fornecimento de gás à Bulgária a partir de hoje, no mesmo dia em que o primeiro-ministro búlgaro tem previsto um encontro com o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em Kiev.
A Bulgária juntou-se assim à Polónia, que também tinha anunciado que a Rússia iria interromper o fornecimento de gás a partir de hoje perante a recusa em fazer os pagamentos em rublos, como exige a administração da Gazprom, controlada por Moscovo.
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